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PMI de março cai menos do que estimado e dá esperança para primeiro semestre de crescimento

O indicador referente à zona euro abrandou menos do que inicialmente estimado, com os serviços a desempenharem um papel fundamental e apresentando-se como uma possível fonte de crescimento mais robusto na segunda metade de 2022, projeta a Pantheon Macro.
  • 2 – Paris, França
5 Abril 2022, 17h00

O índice de gestores de compras (PMI) da S&P Global de março caiu ligeiramente menos do que inicialmente estimado em março, recuando para 54,9 depois de ter ficado nos 55,5 em fevereiro e da estimativa rápida ter apontado para 54,5, com a reabertura da economia a compensar em grande parte a deterioração de expectativas causada pela invasão russa da Ucrânia.

O indicador foi revisto em ligeira alta depois dos dados divulgados no início do mês apontarem para uma queda mais expressiva em relação a fevereiro, mês que fechou com a decisão de Vladimir Putin de invadir militarmente a Ucrânia.

Enquanto França e Alemanha registaram melhorias marginais em relação aos números provisórios, com os serviços de ambos os países a terem um impacto positivo no indicador composto, Espanha e Itália seguiram o sentido inverso, o que castigou os seus PMI.

“O relaxamento das restrições Covid-19 dominaram a narrativa no final do primeiro trimestre, dando um impulso à atividade nos serviços, mesmo com um abrandamento da produção na indústria e com o choque causado pela invasão russa da Ucrânia nos líderes empresariais”, destaca a Pantheon Macro na sua análise.

A melhoria comunicada esta terça-feira ocorreu, portanto, apesar dos “medos duais de aumento das incertezas geopolíticas e inflação duradoura, além de disrupções do lado da oferta em mercados chave de consumos intermédios”, algo que, ainda assim, colocou as expectativas económicas em mínimos de 17 meses.

Por outro lado, o crescimento do emprego até acelerou ligeiramente, mesmo com a queda nas encomendas de exportações e os atrasos nas entregas industriais, o que reforça a teoria da Pantheon de que “a economia irá continuar a sua expansão apesar do choque causado pela guerra na Ucrânia, ainda que a um ritmo mais lento”.

“Antecipamos um crescimento robusto na primeira metade do ano, antes de a inflação alta causar um abrandamento mais significativo no ritmo de evolução no segundo semestre maioritariamente através de um impacto no crescimento real do rendimento dos consumidores”, projeta a Pantheon. Existem, no entanto, riscos: arriscando um cenário mais negativo, o sentimento pode piorar mais do que esperado, causando menos investimento e mais poupança das famílias; em sentido contrário, uma recuperação mais forte dos serviços, sobretudo do turismo, podem resultar num final de ano mais forte do que esperado, completa a análise do think-tank.

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