O músico Caetano Veloso escreveu um artigo, como o título “Vêm aí tempos negros para o meu país”, para o jornal “The New York Times” contra Jair Bolsonaro, o candidato que lidera as sondagens no Brasil. No texto, o cantor defende que “se Bolsonaro vencer as eleições os brasileiros podem esperar uma onda de medo e ódio”.
“Tal como outros países [refere-se aos Estados Unidos e Filipinas], o Brasil enfrenta neste momento a ameaça da extrema direita e do conservadorismo populista. O nosso novo fenómeno político, que deverá ganhar as eleições presidenciais no domingo, é um antigo capitão do exército que admira Donald Trump, mas que se parece mais com Rodrigo Duterte, o homem forte das Filipinas. Bolsonaro defende a venda livre de armas de fogo (…) e diz que preferia ter um filho morto a um filho gay”, acrescenta o artista.
O músico e compositor recorda também um episódio recente. “Na verdade, já houve sangue derramado. A 7 de outubro, um apoiante de Bolsonaro apunhalou o meu amigo Moa do Katendê, músico e mestre de capoeira, na sequência de uma discussão sobre política. A sua morte deixou a cidade de Salvador num estado de luto e indignação”, lembra.
Caetano, de 76 anos, recorda ainda alguns momentos do passado: “Nos anos 80, fazia discos e tocava para plateias esgotadas. Mas sabia o que tinha de mudar no meu país. Nessa altura, e após 20 anos de ditadura militar, nós, brasileiros, lutávamos pelo direito a eleições livres. Se então alguém me dissesse que um dia iríamos eleger pessoas como Fernando Henrique Cardoso e depois Luiz Inácio Lula da Silva, não acreditaria. E depois aconteceu”.
No texto, Caetano Veloso sublinha ainda que não irá sair do Brasil.
Leia aqui o artigo completo de Caetano Veloso ao The New York Times
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