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Polémica: deputado do PSD-Madeira critica proposta do seu partido de revisão do Estatuto Político

O vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira e deputado do PSD, Miguel Sousa, criticou o facto de o seu partido ter formalizado uma proposta de revisão do Estatuto Político da Região sem antes ter mantido negociações com os demais partidos regionais.
2 Fevereiro 2017, 10h05

Num polémico artigo de opinião publicado hoje no DN do Funchal, Miguel Sousa  acrescenta que “demos o ‘show’ de sermos os primeiros (o PSD). O mais provável é sermos os únicos. E sem o PS-Madeira estar de acordo não há Estatuto”

Admitindo que o PSD-Madeira “pode aprovar sozinho na Assembleia Legislativa uma proposta de Estatuto (se todos os seus deputados votarem em igual sentido), mas já não pode garantir a mesma aprovação na Assembleia da República”.

Sousa defende que as estruturas regionais do PS e do CDS “precisam de pertencer ao arco do Estatuto, não devem se autoexcluir deste importante passo autonómico”. E admite que “o mesmo julgo que se aplica ao PCP e ao BE para não perderem a face da autonomia”.

Pragmaticamente afirma o deputado social-democrata madeirense: “Parece claro que precisamos juntar a Madeira e os Açores, o PSD e o PS de ambas as Regiões, o CDS da Madeira e aceitar eventual adesão da esquerda comunista. É precisa muita negociação, muita abertura de todos os intervenientes, reduzindo as propostas ao essencial e indispensável”.

Miguel Sousa sustenta que o processo de revisão do Estatuto Político da Madeira é tão importante para a Região e a autonomia regional que “justificava um intervalo na luta político-partidária pela disputa de protagonismo conquistado à custa da diferença e da defesa do oposto. Seria politicamente imbatível nos corredores de Lisboa”.

“Por tudo isto julgo não ter sido o melhor arranque para instrumento legislativo tão importante. A sua apresentação unilateral desde logo inibe a discussão aberta e livre de condicionamentos. Pode dizer-se que ainda nos podemos entender, mas a verdade é que o PSD quis tomar a iniciativa e levar a oposição a reboque. Isso não funciona para cativar outros partidos para a mesma causa”, acrescenta o social-democrata.

O Vice-Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira vai mais longe na crítica ao seu partido: “Como deputado do PSD-Madeira não fui nem ouvido nem achado para a matéria. Convocaram-me para reunião sem conhecer a proposta. Era conhecida só por alguns prediletos. Recebi o texto na véspera da sua apresentação em conferência de imprensa. A proposta não é do grupo parlamentar do PSD-M. Quanto muito da sua direção”

Contactado pelo Económico Madeira o deputado reafirmou todas as suas posições assumidas e hoje divulgadas e admitiu mesmo que poderá, em breve, abordar outros tema em destaque na vida política regional, eventualmente ligados a temática económica ou financeira.

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