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Política externa europeia tem de ser “mais consolidada” para fazer frente a Moscovo e Pequim, defende Nuno Carvalho

O deputado social-democrata pede maior atenção no capítulo da diplomacia externa às ações de gigantes como a China e a Rússia, advogando que a Europa necessita de alinhar e consolidar a sua estratégia diplomática para fazer face a estas nações.
17 Janeiro 2022, 18h20

O deputado social-democrata Nuno Carvalho questiona a ponderação dada pela diplomacia europeia e nacional aos riscos geopolíticos provenientes da China e da Rússia, considerando que o Plano de Recuperação e Resiliência português não tem em conta estas dimensões, algo que a própria Comissão Europeia não fomenta.

O cabeça-de-lista do PSD por Setúbal gostaria de ver uma política externa europeia “mais consolidada”, de forma a poder fazer frente a outros gigantes mundiais, nomeadamente Moscovo e Pequim. Dada a pequena dimensão dos Estados-membros da UE, Nuno Carvalho advoga um alinhamento entre estes, especialmente quando confrontados com algumas posições mais desafiantes vindas destes gigantes.

“É indiferente aquilo que vai acontecer, do ponto de vista do risco geopolítico, para a nossa economia com o que a Rússia decide fazer na Ucrânia? Ou em conjunto com a Bielorrússia e na forma como utiliza o gás para fazer política?”, questiona Nuno Carvalho, em declarações ao JE.

“É indiferente o que a China pretende fazer nos próximos tempos em relação a Taiwan, onde Governo disse já que daqui por alguns anos a China terá capacidade para os invadir e havendo claras mensagens políticas de que isso possa ser uma vontade a concretizar?”, continua.

Recorde-se que a Rússia se encontra num braço-de-ferro com a NATO devido à intenção da Ucrânia de se juntar a este bloco militar comandado pelos EUA, além de outras fricções regionais, como a questão da Bielorrússia ou o recente destacamento de tropas russas no Cazaquistão.

Na passada sexta-feira, Moscovo avançou mesmo com um ataque cibernético aos sites do Governo ucraniano, paralisando parte do sector público daquele país. O Kremlin acusam a Aliança Atlântica e, em particular, Washington de provocarem a Rússia ao procurarem um novo aliado na fronteira do maior país do mundo, enquanto os EUA falam de uma tentativa por parte dos russos de arranjar “um pretexto” para invadir a Ucrânia.

Já a China tem vindo a aumentar a pressão sobre Taiwan, a pequena ilha que vive sob o regime de “um país, dois sistemas”, o mesmo que vigora em Macau e em Hong Kong. Vários altos representantes taiwaneses têm alertado para a escalada de ameaças vindas de Pequim, com a China a garantir que os EUA pagarão um preço elevado pelo seu apoio à ilha, que constitui a 21ª economia mais desenvolvida do mundo.

Ainda na semana passada, a UE garantiu o apoio total à Lituânia, depois do país báltico ter visto os seus produtos barrados do mercado chinês devido à abertura de um “escritório representante”, uma embaixada na prática, na sua capital, Vilnius. Para agravar a situação, o escritório operaria sob o nome ‘Taiwan’, em vez da designação oficial, ‘Taipei Chinesa’.

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