O custo da energia eólica offshore tem vindo a descer ao longo dos últimos anos de forma significativa, e, no primeiro semestre de 2023, atingiu o preço do carvão: 67 euros por megawat hora (MWh).

A informação consta de um dos últimos relatórios da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) que avalia os custos das diferentes tecnologias.

A análise revela que o LCOE (Levelized Cost of Electricity – Custo nivelado de produção de eletricidade) para a energia eólica offshore está no nível mais baixo desde 2009, ano em que a BNEF começou a monitorizar dados de projetos, na sequência de um forte impulso do mercado chinês. Este mínimo foi alcançado mesmo com as adversidades resultantes do aumento da inflação e das taxas de juro na União Europeia e nos Estados Unidos da América.

O LCOE da eólica onshore, na União Europeia e Reino Unido, permanece quase inalterado desde o segundo semestre de 2022 com valores na ordem dos 38 euros por MWh. Já o LCOE do solar fotovoltaico aumentou ligeiramente no último semestre, com preços a rondar os 40 e os 43 euros por MWh, sobretudo devido a questões relacionadas com a cadeia de abastecimento e mão de obra, que poderão vir a ser ultrapassados.

É de registar a descida do custo do armazenamento para os 141 euros por MWh, ainda longe dos valores do gás que estão nivelados nos 84 euros por MWh.

Apesar de uma redução de 5% nos custos de projetos baseados em combustíveis fósseis, as energias renováveis, nomeadamente a eólica onshore e o solar fotovoltaico, continuam a ser as tecnologias mais competitivas praticamente em todo o mundo, sendo as que propiciam os mais baixos custos nivelados de produção de eletricidade.

No entanto, ainda é na China que estão localizados os projetos de energia renovável mais baratos. Na última década e meia a China investiu fortemente no desenvolvimento de uma cadeia de abastecimento própria, o que resultou numa indústria de renováveis muito robusta. A Europa e a América ficaram para trás nesta corrida e estão a recuperar o atraso.

O interesse dos investidores pelas renováveis continua muito forte. Estes investimentos são considerados seguros e podem mesmo funcionar como proteção contra a erosão económica provocada pelo aumento da inflação.

Os últimos anos têm registado alguma turbulência nos preços dos materiais e equipamentos, por causa dos constrangimentos na cadeia de abastecimento, mas, ainda assim, as renováveis mantêm-se competitivas face a outras alternativas.

De acordo com as estimativas da BNEF, os preços deverão continuar a baixar graças a melhorias tecnológicas contínuas, maiores economias de escala e custos de financiamento mais reduzidos. Estas são boas notícias para o ambiente, para a economia e para as pessoas e empresas. Poluir é cada vez mais caro e compensa cada vez menos.