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Porta-voz de Erdogan garante resposta atempada à tomada de posição “escandalosa” de Biden sobre genocídio de arménios

O porta-voz de Erdogan foi a mais recente figura turca a expressar o seu descontentamento com a tomada de posse norte-americana, aumentando as tensões entre os dois aliados da NATO.
  • Recep Tayyip Erdoğan, presidente Turquia
25 Abril 2021, 19h48

A Turquia garante que responderá àquilo que classifica de uma afirmação “escandalosa” por parte da administração Biden, que decidiu este sábado reconhecer as ações do Império Otomano contra as minorias étnicas arménias daquele território em 1915 como um genocídio.

Em declarações este domingo, o principal conselheiro e porta-voz do presidente Recep Tayyip Erdogan garantiu à Reuters que a resposta turca surgirá “de várias formas e intensidades nos próximos dias e meses”.

“Na altura e momento apropriado iremos continuar a responder a este infeliz e injusta afirmação”, afirmou Ibrahim Kalin em entrevista à agência noticiosa britânica, acrescentando ainda que o líder turco se pronunciará sobre o assunto esta segunda-feira, após uma reunião com o seu gabinete ministerial.

O porta-voz de Erdogan considerou ainda que classificar o sucedido entre turcos e arménios “numa só palavra e tentar implicar que os turcos e os seus antepassados otomanos estiveram envolvidos em atos genocidas é simplesmente escandaloso”.

As reações turcas à tomada de posição norte-americana foram prontas a chegar no próprio dia, com, por exemplo, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Ancara a rejeitar “lições de história” de qualquer país sobre as suas próprias ações. O parlamento do gigante do Médio Oriente deverá emitir uma comunicação oficial sobre o assunto esta semana, avança a Reuters, que aponta ainda para a possibilidade de este classificar o tratamento dos nativos da América do Norte aquando da chegada europeia igualmente como um genocídio.

A tomada de posição de Biden coloca os dois aliados da NATO numa situação delicada, escalando ainda mais as tensões já existentes sobre vários tópicos, como a compra de armas pelos turcos à Rússia, o apoio americano aos curdos na Síria ou questões relativas a liberdades civis e direitos humanos.

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