As reuniões sobre a evolução da Covid-19 em Portugal que juntam peritos, políticos e parceiros sociais, mais conhecidas por “reuniões do Infarmed”, vão ser retomadas na segunda-feira, só que desta vez no Porto e agora com transmissão aberta das intervenções iniciais dos técnicos.
Segundo o Governo, a reunião da próxima segunda-feira terá lugar no auditório da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, a partir das 15h00, voltando a juntar o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, bem como líderes partidários, patronais e sindicais.
A sessão de segunda-feira, de acordo com fonte do Executivo, “será importante” para acertar as medidas a adotar a partir de dia 15, quando Portugal, de forma preventiva, entrar em estado de contingência.
Na primeira parte da reunião no Porto, os especialistas farão o ponto da situação epidemiológica em Portugal, seguindo-se uma atualização sobre o inquérito serológico. Depois, estão na agenda o estudo “Caso Controlo”, o ponto da situação sobre a investigação científica para a descoberta de vacinas contra a Covid-19, a aplicação Stayaway Covid para telemóveis e o regresso às aulas.
Estas reuniões, que surgiram por iniciativa do primeiro-ministro, visando a partilha de informação, começaram a 24 de março e decorreram até 8 de julho, em dez sessões no auditório do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos da Saúde, em Lisboa, inicialmente semanais e depois de periodicidade quinzenal.
Depois de cerca de dois meses sem nenhuma reunião, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciou a 27 de agosto que as sessões com peritos e políticos iriam ser retomadas, com uma novidade: “Terão uma parte, a parte expositiva, que será de transmissão aberta e essa é a principal diferença que as reuniões terão face ao passado”. Fonte do Executivo adiantou à Lusa que esta transmissão será feita através das contas do Governo nas redes sociais.
No início de julho, em entrevista ao Porto Canal, o presidente do PSD, Rui Rio, considerou que as reuniões no Infarmed começavam “a ter pouca utilidade”, e mais tarde defendeu que deveriam continuar, mas com menos frequência e “mais objetivas e mais curtas”.
Já depois das críticas de Rui Rio, no final da décima reunião sobre a Covid-19 no Infarmed, em Lisboa, a 8 de julho o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou à comunicação social: “Terminamos hoje uma experiência de vários meses, iniciada no final de março em pleno estado de emergência”.
Sem querer “fazer profecias sobre o que será necessário em termos de futuros encontros como este”, o chefe de Estado fez um balanço das dez sessões, afirmando que a sua realização periódica foi “muito importante” e representou “o máximo da transparência”
Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que “o modelo pensado” para março, quando Portugal adotou as primeiras medidas de combate à Covid-19, “precisava de ser descontinuado, fechando um ciclo e naturalmente ponderando, em tempo oportuno, a abertura de outro ciclo”.
Nesse mesmo dia, o primeiro-ministro negou o fim destas reuniões, contrapondo que apenas não tinha ficado definida uma data para a próxima sessão, que só deveria decorrer quando estivessem prontos dois estudos em curso sobre a Covid-19 em Portugal. “Sempre que se justificar haverá novas reuniões”, disse.
O formato das anteriores sessões, realizadas no Infarmed, em Lisboa, consistiu numa primeira parte com apresentações técnicas e uma segunda fase de perguntas dos políticos e dirigentes patronais e sindicais. Nestas reuniões participaram também, por videoconferência, os conselheiros de Estado.
No final das sessões, tornou-se habitual o chefe de Estado fazer uma síntese das conclusões aos jornalistas, tendo ao seu lado o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República. Os representantes dos nove partidos com assento parlamentar falavam em seguida.
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