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Porto de Viana do Castelo estreia-se no abastecimento de gás natural a navios

O navio ‘ferry’ ‘Sicilia’, de 186 metros e com capacidade para transportar mil passageiros e mais de 400 veículos, foi abastecido com cerca de 125 metros cúbicos de GNL.
20 Julho 2020, 16h55

A APDL – Administração dos Portos do Douro e de Leixões estreou-se ontem, dia 19 de julho, na operação de abastecimento de gás natural a navios, que reduz em 30% as emissões de dióxido de carbono das embarcações.

“Após reconversão e modernização do ‘ferry’ Sicilia nos estaleiros da West Sea, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) disponibilizou a infraestrutura portuária de Viana do Castelo para o abastecimento deste navio com Gás Natural Liquefeito (GNL). Esta foi a primeira operação deste tipo alguma vez realizada nos portos geridos pela APDL”, destaca um comunicado da administração portuária.

De acordo com esse documento, “o navio ‘Sicilia’, de 186 metros e com capacidade para transportar mil passageiros e mais de 400 veículos, foi abastecido com cerca de 125 metros cúbicos de GNL, durante o dia de ontem, no terminal multiusos do Porto de Viana do Castelo, depois de ter dado entrada nos estaleiros navais da West Sea já no passado mês de fevereiro com o objetivo de ser reconvertido para propulsão a GNL e modernizado”.

“Esta operação efetuou-se após meticulosa avaliação de risco e implementação dos procedimentos e melhores práticas suportadas nas recomendações internacionais e nacionais, compiladas desde 2018 num estudo, manuais e procedimentos de ‘bunkering’ de GNL, mandada elaborar pela APDL, para a preparação das suas equipas, no seguimento das orientações do Quadro de Ação Nacional para a Criação de uma Infraestrutura para Combustiveis Alternativos (RCM 88/2017),  em que traça a meta de 2025, para que os portos nacionais tenham a capacidade e abastecimento de GNL a navios”, adianta o referido comunicado.

A nota infornativa acrescenta que a operação foi preparada num trabalho de planeamento concertado entre a administração portuária, a West Sea, a Baleària Eurolíneas Marítimas S.A (armador) e a ESK (empresa especialista em transporte de gases liquefeitos e criogénicos), com a colaboração e suporte de outras entidades portuárias e bombeiros, tendo a APDL nomeado a SGS, Portugal, para conjuntamente com a equipa interna acompanhar toda a operação do navio e do transportador/abastecedor.

“A ‘check list’ com mais de 70 items, foi assinada pelas partes envolvidas e revalidada a cada alteração de camião cisterna, planeamento que tendo obedecido às rigorosas politicas de prevenção e segurança, permitiu toda a tranquilidade e o sucesso da operação, que terminou em antecipação ao tempo previsto para toda a operação”, acrescenta o referido comunicado.

A APDL adianta que, neste navio, “a West Sea instalou um tanque com capacidade para 425 metros cúbicos de Gás Natural Liquefeito, adaptou os motores do ‘ferry’ e da casa das máquinas e instalou, ainda, sensores para monitorização, em tempo real, dos consumos e das emissões”.

“A operação resulta na redução de 30% das emissões de CO2 [dióxido de carbono] do navio, a economização de mais de nove mil toneladas por ano de CO2 e a eliminação das emissões de enxofre e outras partículas. O navio tem, agora, uma autonomia de mais de mil milhas náuticas ao ser movido a GNL”, explica o comunicado da APDL, acrescentando que “a modernização deste navio passou ainda pela adoção de tecnologia ‘smart ship’ que passa pela instalação de rede ‘wi-fi’, ‘WhatsApp’, ‘Smart TV’ ou acesso aos camarotes através de um código ‘QR'”, assinalam os responsáveis da APDL .

“Continuamos a destacar-nos pela capacidade de modernização para responder às novas exigências do mercado, que cada vez mais vão de encontro a um futuro mais verde e sustentável. Pretendemos continuar na linha da frente rumo à transição energética e a um transporte marítimo menos poluente e mais eficiente”, afirma a administraçãpo portuária em questão.

Recorde-se que o GNL – Gás Natural Liquefeito é um dos combustíveis fósseis que menos polui, e é cada vez mais considerado como sendo uma excelente opção em busca de um futuro de carbono zero, tendo o número de navios movidos a GNL vindo a aumentar exponencialmente ao longo dos últimos anos.

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