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Portugal adere ao fundo de fundos do FEI para criar unicórnios tecnológicos na Europa

“O nosso objectivo a longo prazo é ter uma iniciativa público-privada de 10 mil milhões de euros que permita a criação de 10 a 20 fundos pan-europeus”, refere o FEI que acrescenta que “neste contexto, apoiaremos o cumprimento da estratégica de desenvolver um ecossistema de financiamento europeu que promova a fase de crescimento de empresas tecnológicas inovadoras.
9 Fevereiro 2022, 16h36

Portugal assinou esta terça-feira a declaração conjunta para uma iniciativa pan-europeia de aumento de escala das startups tecnológicas. Vários Estados-Membros da UE vão contribuir para o Fundo Europeu de Investimento (FEI) para criar um novo fundo de fundos com vista ao financiamento de estágio avançado de startups tecnológicas. O objetivo é lançar um novo incentivo financeiro para criar 10 a 20 grandes fundos de capital de risco (venture capital).

“Para acompanhar a corrida tecnológica global, a União Europeia deve fortalecer o seu ecossistema de startups, que desempenham um papel crucial na transformação digital e sustentável de nossas economias”, lê-se na declaração conjunta. “Embora o financiamento do ecossistema europeu de startups ainda esteja atrás dos EUA e da Ásia, a questão é ainda mais aguda no que diz respeito aos aumentos de escala (scale-ups). A falta de aumentos de escala “está a desacelerar o crescimento de nossas startups e ecossistema de tecnologia em todo o continente”, refere o documento.

Esta iniciativa visa alargar o acesso ao financiamento para scale-ups através do desbloqueio de recursos de capital para fundos sediados na Europa.

As empresas de tecnologia, investidores e associações assinaram um manifesto com o objetivo de alcançar o objetivo de ter 10 empresas de tecnologia que valem  100 mil milhões de euros ou mais até 2030.

São necessários mais fundos europeus especializados em “late stage-rounds“, ou seja, que financiem start-ups já instaladas no mercado e que demonstram algum nível de viabilidade. O objetivo de levantar financiamento em estágio avançado é a foram de canalizar o investimento para a fase de crescimento das empresas.

“O nosso objectivo a longo prazo é ter uma iniciativa público-privada de 10 mil milhões de euros que permita a criação de 10 a 20 fundos pan-europeus”, refere o FEI que acrescenta que “neste contexto, apoiaremos o cumprimento da estratégica de desenvolver um ecossistema de financiamento europeu que promova a fase de crescimento de empresas tecnológicas inovadoras.

O elemento-chave desta Iniciativa Scale-Up será um fundo de fundos gerido e administrado sob mandato do Fundo Europeu de Investimento, que é parte do grupo BEI, designado Iniciativa Europeia dos Campeões Tecnológicos (ETCI).

“Pretendemos impulsionar uma iniciativa pan-europeia de expansão para desenvolver fundos pan-europeus no segmento de estágio avançado. O nosso objectivo a longo prazo é ter uma iniciativa público-privada de 10 mil milhões de euros que permita a criação de 10 a 20 fundos pan-europeus”, diz o FEI

“Através do ETCI, pretendemos investir num multi-investidor fundo de fundos geridos e aconselhados pelo Fundo Europeu de Investimento, que se compromete a investir em fundos de private equity e de capital de risco de fase tardia/crescimento e de cross-over, geridos por sociedades gestoras de ativos sediadas e regulamentadas na União Europeia, e investindo principalmente em empresas europeias de tecnologia.

Além disso, os bancos e instituições de fomento nacionais (tipo Banco de Fomento) terão a possibilidade de co-investir nos fundos envolvidos na European Tech Champion Initiative. “Pretendemos colocar a ETCI em vigor até ao final de 2022. De acordo com o seu papel pan-europeu, a ETCI permanecerá aberto a qualquer outro Estado-Membro voluntário da UE e à Comissão Europeia nas mesmas condições”, garante o FEI.

“Governance, compromissos financeiros, mandatos técnicos e detalhes operacionais devem ser determinados até 30 de setembro de 2022 após workshops técnicos e de pares”, diz ainda o FEI.

“Estamos orgulhosos hoje de dar um passo significativo em direção a um ecossistema europeu mais vibrante para start-ups e empresas de tecnologia e estamos profundamente convencidos de que a iniciativa será um passo significativo para o futuro económico e tecnológico da Europa”, refere o fundo do BEI.

Ao todo 18 países europeus já assinaram um compromisso não vinculativo dizendo que planeiam contribuir para este fundo de fundos do FEI. São eles: Áustria, Bulgária, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Holanda , Portugal, Roménia, Eslovénia, Espanha e Suécia. “Mas mais países devem entrar na lista em breve”, diz FEI.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou no mês passado que já há 25 empresas tecnológicas francesas avaliadas em mais de 1.000 milhões de dólares, o que as distingue como unicórnios no ecossistema das startups.

Assumindo a presidência do Conselho da União Europeia no primeiro semestre, o Presidente reiterou o objetivo de ter 10 novos gigantes tecnológicos entre os 27 estados-membros até 2030.

“Para estruturar um ecossistema europeu forte, o financiamento é fundamental. Ainda queremos atrair investimentos de todo o mundo. Mas também queremos permitir capital de risco europeu com fundos europeus, conhecimento europeu e equipas europeias”, disse recentemente o ministro francês que tem a pasta do digital.

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