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Portugal conclui troca de dívida para se proteger da subida dos juros

“Investidores acreditam em Portugal e no risco do mesmo, uma vez que estão a estender a maturidade dos seus investimentos”, disse o analista Filipe Silva.
  • Cristina Bernardo
10 Maio 2023, 12h36

O IGCP anunciou hoje a conclusão de uma operação de troca de dívida que permite a Portugal proteger-se de novas subidas das taxas de juros.

A entidade liderada por Miguel Marín comprou dívida com maturidades mais curtas e vendeu dívida de longo prazo, retirando pressão da amortização em 2024.

Nas Obrigações do Tesouro (OT) com maturidade em 2024, foram comprados 353 milhões de euros, ao preço de 101,895, correspondendo a uma yield de 3,03%. Na OT com maturidade em 2027, foram comprados 522 milhões de euros, ao preço de 105,291%, correspondendo a uma yield de 2,68%.

No caso das operações de venda, na OT com maturidade em 2032, foram vendidos 466 milhões de euros, ao preço de  87,85% e com uma yield de 3,19%. Na OT com maturidade 2042, foram vendidos 409 milhões de euros, ao preço de 66,21% e com uma yield de 3,65%.

“Encontramo-nos num movimento de subidas de taxas de juro, que tem sido mais rápido do que se esperava, numa batalha que os bancos centrais travam contra a elevada inflação. Portugal ao vender dívida de longo prazo, acaba por se defender para possíveis taxas mais longas que se possam vir a verificar no futuro e retira pressão da amortização que iria ter de fazer em 2024”,  segundo Filipe Silva, Diretor de Investimentos do Banco Carregosa.

“Na perspetiva do investidor, este consegue trocar o investimento em dívida soberana portuguesa com yields mais baixas para outro com o mesmo risco e taxas mais elevadas. Também prova que os investidores acreditam em Portugal e no risco do mesmo, uma vez que estão a estender a maturidade dos seus investimentos”, acrescenta o responsável.

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