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Portugal defenderá em Bruxelas teto máximo no preço do gás e compras conjuntas de fertilizantes, anuncia Costa

O primeiro-ministro falou no parlamento esta terça-feira, expondo os mecanismos que o Governo defenderá no próximo Conselho Europeu de forma a combater os efeitos económicos da escalada de preços da energia e das disrupções das cadeias globais de logística.
  • Mário Cruz/Lusa
22 Março 2022, 15h38

António Costa confirma que Portugal tem defendido em Bruxelas medidas de mitigação dos efeitos da subida dos preços da energia, como um teto máximo no preço de referência do gás natural e compras conjuntas de bens que têm sofrido com as disrupções nas cadeias globais de logística.

O primeiro-ministro aproveitou o plenário desta terça-feira na Assembleia da República para defender, na antecâmara do Conselho Europeu, medidas que protejam as famílias e empresas da escalada de preços verificada no mercado energético, bem como das perturbações sérias que se registam nas cadeias de abastecimento globais.

Além da redução do IVA para todos os produtos energéticos, algo que Portugal havia já submetido à Comissão para consideração, o país trabalhou em conjunto com Espanha numa proposta de fixação de um teto máximo para o preço de referência do gás natural. Tal visa, explicou o primeiro-ministro, não só limitar a subida de preço deste bem, mas também evitar a contaminação para outros produtos e ramos, dada a importância do gás natural enquanto input em vários sectores.

Segundo Costa, esta é uma solução que conta com o apoio de Itália, Grécia e outros Estados-membros da UE.

Por outro lado, o país defende que sejam equacionadas compras conjuntas “não só de energia”, mas também, por exemplo, “de vários componentes fulcrais na cadeia do agroalimentar, como os fertilizantes”, um bem que tem sofrido bastante com a situação na Ucrânia.

O primeiro-ministro exortou os seus homólogos europeus a “não ignorar outras consequências” da situação económica vivida na Europa, com uma inflação em recordes absolutos desde a entrada da moeda única e riscos de estagnação, depois de uma pandemia que constituiu um choque negativo como não há memória à economia europeia.

“Lembremo-nos do que fizemos de bem na crise da Covid”, apelou António Costa, que sublinhou ainda a importância da posição recente francesa sobre uma conexão energética entre a Península Ibérica e França, de forma a “diversificar as rotas de abastecimento”, como pretende Bruxelas.

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