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Portugal deverá manter tendência e emitir dívida a longo prazo com taxas em mínimos históricos

Agência que gere a dívida pública realiza esta quarta-feira um leilão duplo a dez e 18 anos, com um montante global indicativo 750 milhões e mil milhões de euros.
9 Abril 2019, 19h22

Cristina Casalinho tem tido motivos para sorrir com Portugal a emitir dívida a longo prazo com taxas em mínimos históricos e a expectativa é que a tendência se mantenha. O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública vai realizar um leilão duplo nesta quarta-feira e as taxas de alocação deverão continuar a fixar-se abaixo do custo médio da dívida.

Depois do upgrade no outlook do rating de Portugal pela DBRS, na última sexta-feira, – de ‘estável’ para ‘positivo’ -, Portugal vai ao mercado para um leilão duplo a dez e 18 anos, com um montante indicativo global entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros.

“O leilão deverá decorrer sem qualquer problema e, em linha com o que tem acontecido nos últimos anos, devemos emitir a dívida a dez anos com taxas em mínimos históricos. O mesmo deverá acontecer com a emissão a 18 anos”, antecipa Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.

No último leilão a dez anos, a 13 de março, Portugal pagou a taxa mais baixa de sempre no financiamento nesta maturidade. A agência liderada por Cristina Casalinho vendeu 862 milhões de euros com maturidade em 15 de junho de 2029, tendo pago uma taxa de alocação de 1,298%.

“O mais positivo é que as taxas de emissão estão abaixo do custo médio da dívida”, sinaliza.

Filipe Silva antecipa ainda que “a procura deverá continuar a superar a oferta, tal como tem acontecido nos últimos leilões”. No último leilão a dez anos a procura superou a oferta em 2,52 vezes.

Segundo o programa de financiamento para este ano do IGCP, o Estado vai emitir 15,4 mil milhões de euros em OT ao longo do ano, combinando vendas sindicadas e leilões. A instituição liderada por Cristina Casalinho antecipou, no início do ano, que o montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado deverá situar-se este ano em cerca de 8,6 mil milhões de euros. Na semana passada, anunciou que prevê no próximo trimestre emissões de OT através da combinação de sindicatos e leilões, sendo esperadas colocações de 1.000 a 1.250 milhões de euros por leilão.

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