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Portugal está a tomar “as medidas adequadas”, garante Dijsselbloem

Dia tranquilo para Mário Centeno no Eurogrupo. No entanto, o presidente do Eurogrupo vincou a necessidade de “prosseguir uma agenda de reformas e reforçar o setor bancário”.
26 Janeiro 2017, 20h05

O Presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e o ministro das Finanças de Portugal, Mário Centeno, mostraram-se satisfeitos o com os resultados das contas portuguesas em dia de reunião do Eurogrupo.

Jeroen Dijsselbloem considera que o executivo português está a “tomar as medidas adequadas”. Contudo, relativamente ao aumento das taxas de juro da dívida portuguesa, que ultrapassaram hoje os 4%, tocando máximos de fevereiro do ano passado, afirmou que o assunto não foi discutido de forma detalhada mais foi registado “o facto de haver alguma volatilidade” dos mercados.

Em conferência de imprensa, no final da reunião de hoje em Bruxelas, o líder do Eurogrupo sublinhou, contudo, a necessidade de Portugal prosseguir uma agenda de reformas e reforçar o setor bancário.

“Penso que (essa volatilidade) sublinha uma vez mais a necessidade de Portugal fazer avançar a agenda de reformas, com a qual disseram estar comprometidos, e de dar mais passos para reforçar o setor bancário, o que está a ser feito neste momento. Penso, portanto, que estão a tomar as medidas adequadas”, declarou Dijsselbloem.

Também Mário Centeno manifestou, em Bruxelas, a ideia que Portugal demonstrou que cumpre os compromissos e os números da execução orçamental mostram que “algumas vozes no Eurogrupo andaram muito enganadas”, segundo a Lusa.

Centeno afirmou que “os números estão aí” para demonstrar que o país se encontra no caminho certo, “com um défice sustentadamente abaixo dos 3%”, limiar inscrito no Pacto de Estabilidade e Crescimento e a cumprir as metas com que se comprometeu. “Tal como já foi anunciado pelo Governo e hoje reiterado, cumprirá todas as metas”, incluindo “um défice que não será superior a 2,3% do PIB”, acrescentou.

“Eu acho que neste momento surpresa (com os dados da execução orçamental) provavelmente já não (há), mas houve seguramente a confirmação de que algumas vozes no Eurogrupo andaram durante o ano de 2016 muito enganadas”, disse o ministro em declarações aos jornalistas à saída da reunião de ministros das finanças da zona euro.

Na reunião, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu divulgaram as conclusões da quinta missão de monitorização pós-programa em Portugal.

“Nós mantemos sempre os compromissos. E mostrámos de forma muito evidente a determinação do país em cumprir os seus compromissos. Durante o ano de 2016 houve duvidas lançadas sobre a capacidade do país em cumprir. Pois o país mostrou que cumpre”, afirmou Centeno.

O ministro da tutela apelou a que os intervenientes fossem mais comedidos nos futuros comentários. “Eu acho que fiz ver muito claramente nesta reunião que é muito importante que a comunicação melhore, que a utilização da informação melhore, que a análise que é feita sobre as políticas e aquilo que são as decisões dos países seja feita de forma um pouco menos apaixonada, mais racional no sentido daquilo que se quer, do seu conteúdo formal”.

Pierre Moscovici, comissário europeu dos Assuntos Económicos, declarou partilhar da opinião de Dijsselbloem. “Analisámos a situação com um olhar construtivo e tomámos nota dos compromissos claros assumidos por Mário Centeno, com quem me encontrarei amanhã (sexta-feira) à tarde, num encontro bilateral”, afirmou o comissário francês.

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