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Portugal sobe e agora é o oitavo país europeu mais atrativo para investimento estrangeiro (com áudio)

A atratividade definida no estudo resulta de uma combinação de imagem, confiança do investidor e perceção da capacidade de um país ou região de oferecer os benefícios mais competitivos para o IDE.
2 Junho 2022, 09h36

Portugal subiu dois lugares face a 2020 no estudo ‘EY European Attractiveness Survey’, e ocupa agora a oitava posição entre os pares europeus mais atrativos para o investimento estrangeiro. Segundo o estudo, foram captados em território nacional 200 projetos de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em 2021, o que se traduz num acréscimo de 30% face aos 154 de 2020.

A atratividade definida no estudo resulta de uma combinação de imagem, confiança do investidor e perceção da capacidade de um país ou região de oferecer os benefícios mais competitivos para o IDE.

Miguel Farinha, partner da EY Portugal e responsável pela área de strategy and transactions, refere que “apesar dos efeitos nefastos da pandemia da Covid-19, a economia portuguesa demonstrou uma grande resiliência e conseguiu recuperar dinamismo na segunda metade do ano passado. Os investidores estrangeiros não deixaram de olhar para as oportunidades no nosso mercado, e o resultado está à vista. Somos percecionados hoje como o 8.º país europeu mais atrativo pelo capital estrangeiro, à frente de economias muito maiores e tradicionalmente mais fortes”.

Em 2021, a economia portuguesa cresceu ao melhor ritmo das últimas décadas, na sequência da forte contração provocada pela pandemia da Covid-19.

De acordo com a investigação, baseada num inquérito a 501 decisores internacionais, a Europa, no seu conjunto, manteve-se como o destino mais atrativo do mundo para o investimento transfronteiriço, beneficiando da sua “dimensão, estabilidade e diversidade”.

No ano passado, foram anunciados 5.877 projetos de IDE na Europa, um número 5% superior ao de 2020, mas ainda 12% abaixo do máximo observado em 2017. Segundo a EY, a melhoria deve-se, em grande medida, aos “esforços encetados pela Comissão Europeia para promover o crescimento na região, já que, para 63% dos inquiridos, o Fundo Europeu de Recuperação e Resiliência foi um fator decisivo na decisão de manter ou alargar as operações na Europa”.

“Portugal tornou-se mais atrativo para investimentos de cariz tecnológico e o país acolhe agora operações de I&D de várias empresas do setor ‘high-tech’ e de
um número de unicórnios. Portugal tem um dos maiores números de unicórnios per capita. Muitos fatores contribuíram para este facto, incluindo a maturidade e a qualidade da investigação em vários campos científicos, a qualidade do ensino superior em áreas tecnológicas e digitais, e um número crescente de pessoal altamente qualificado, incluindo de doutorados. As empresas também beneficiam dos incentivos fiscais para o desenvolvimento de atividades de I&D, que aumentaram 91% desde 2015″, afirma Joana Mendonça, Presidente da Agência Nacional de Inovação (ANI).

No entanto, face ao novo ambiente geopolítico e económico, fruto da guerra na Ucrânia, a atratividade imediata da Europa para os investidores pode ser desafiada. No entanto, as perspetivas a longo prazo permanecem robustas, com 64% dos entrevistados confiantes que a atratividade da Europa melhorará nos próximos três anos.

A pesquisa conclui que uma recuperação pós-pandemia e as “reformas Macron” fizeram com que o investimento em França crescesse 24% para 1.222 projetos em 2021. O investimento no Reino Unido permaneceu estável, aumentando 2% para 993 projetos, enquanto na Alemanha, pelo contrário, o número de projetos caiu 10% para 841.

Já os projetos de Manufatura, Logística e Pesquisa e Desenvolvimento recuperaram 22% em 2021, em parte devido à reorganização das cadeias de abastecimento, que deverá continuar. Mais de metade (53%) dos entrevistados estão a considerar o ‘nearshoring’ – aproximando as operações dos clientes (mais do dobro em comparação com o ano passado), enquanto 43% estão a considerar o ‘re-shoring’ – trazendo a atividade de volta ao seu mercado doméstico – em comparação com 20% em 2021.

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