Preços da produção agrícola desaceleraram no segundo trimestre

Os dados dos índices de preços agrícolas divulgados pelo Eurostat mostram que o recente crescimento dos preços nos produtos agrícolas na União Europeia (UE) abrandou acentuadamente no segundo trimestre de 2023.

Dados mais recentes sugerem uma nova estabilização dos mercados agrícolas globais depois de um período conturbado, caracterizado por uma forte produção agrícola e pelo crescimento dos preços dos fatores de produção.

Entre o segundo trimestre de 2022 e o segundo trimestre de 2023, o preço médio da UE dos produtos agrícolas no seu conjunto aumentou 2%. Isto representou uma taxa de aumento significativamente menor em comparação com o trimestre anterior, quando o preço médio anual aumentou 17%.

Os aumentos de preços mais acentuados no segundo trimestre de 2023 entre os principais grupos de produtos produzidos, foram os citrinos, com uma média de aumento de 89%, seguidos do azeite, com um aumento de 48%, e das batatas, com 38%. Estes aumentos refletem, em grande parte, os volumes afetados pela seca.

Outros produtos que também sofreram fortes subidas de preços foram os ovos, com um aumento médio de preço de 31%. Em contrapartida, o preço dos cereais diminuiu 31%, enquanto o das aves e o do leite permaneceram estáveis.

No mesmo período, o preço médio dos bens e serviços atualmente consumidos na agricultura diminuiu 5%. Esta descida seguiu-se a um abrandamento do crescimento dos preços no trimestre anterior.

Entre os fatores de produção relacionados com o investimento, as taxas de queda de preços mais acentuadas foram nos fertilizantes e corretivos de solo, com uma descida de 23%, na energia e lubrificantes, com um decréscimo de 13% e nos alimentos para animais, que diminuíram 5%.

A maioria dos países da UE continuaram a registar aumentos de preços nos produtos agrícolas no segundo trimestre do ano, em comparação com o período homólogo do ano passado. As taxas de aumento mais rápidas foram registadas em Portugal, com 22%, seguido da Grécia, com 21% e da Espanha com 16%. Já em contraste, a Lituânia registou uma descida de preços de 26% e a Estónia de 15%.