[weglot_switcher]

“Preços das telecomunicações baixaram mais do que deviam”, defende líder da NOS

Miguel Almeida refere que, apesar de os indicadores económicos serem positivos, os portugueses não estão a gastar mais dinheiro porque o mercado não é sensível a ciclos económicos.
7 Junho 2017, 18h10

O presidente da NOS considera “um marco” o facto de, pela primeira vez, o grupo ter conseguido 39,4% de quota de mercado – à frente da MEO com 39,2% e da Vodafone com 16,4% – mas critica a excessiva quebra nos preços.

Num encontro promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), Miguel Almeida disse que o setor das telecomunicações é “saudável” e que “os preços baixaram mais do que deviam em Portugal, em comparação com outros mercados”. De acordo com o CEO, apesar de os indicadores económicos serem positivos, os portugueses não estão a gastar mais dinheiro porque o mercado não é sensível a estes ciclos.

No primeiro trimestre de 2017, a NOS passou à frente da MEO em número de subscritores de pacotes convergentes, segundo os dados divulgados pela Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom). Sobre estes resultados, o CEO da NOS assinalou que é “mais um marco que vem na sequência de tendências que têm sido positivas”.

No habitual comentário matinal, também o CaixaBI elogiou a operadora e referiu que a NOS tem conseguido “defender bem a sua quota de mercado, mesmo operando num “ambiente de elevada concorrência”. Os números que vieram esta semana a público indicam que a MEO continua a ser líder em receitas (41,8%), mas Miguel Almeida desvaloriza: “Nunca dissemos que queríamos ser líderes absolutos de mercado. Uma coisa só faz falta quando se quer”. A seu ver, o “líder incumbente” tem ativos que não permitem à operadora ter essa ambição e todos os players podem crescer e acrescentar valor aos clientes.

O presidente da Portugal Telecom (PT) aproveitou a ocasião dos Digital Business Dinners 2017 para comentar os resultados publicados pela Anacom e reforçar que a empresa que dirige tem “muitos mais clientes nos pacotes 5P [banda larga fixa, telefone fixo, televisão, telemóvel e banda larga móvel]”.

“Em termos daquilo que é o número de pacotes está certo, temos menos. Quanto ao número de clientes com serviços temos muito mais – três milhões a mais do que o segundo. Temos menos pacotes mas temos muito mais receita porque os clientes que têm mais serviços estão no P5”, afirma Paulo Neves ao Jornal Económico, acrescentando que há clientes com apenas um serviço que valem o mesmo que outro assinante que tenha cinco.

Miguel Almeida não acredita no conceito de “roubar clientes” e vê as imitações como a “lei da vida”, porque “ganha mais aquele que souber inovar e trazer serviços novos, independentemente de não se criar com isso uma vantagem competitiva sustentável no tempo”. O responsável da empresa voltou ainda a aplaudir a fusão entre a Zon e a Optimus, que apelidou de boa notícia para o país, clientes e investidores. Conforme adiantou no discurso, as próximas metas passam por investimentos na inovação, modernização das redes de acesso fixa e móvel e pela “transformação da empresa”.

Pouco adepto da futurologia, o número um da NOS calcula que o caminho para as telecomunicações seja risonho. Segundo o comunicado do regulador, no final do primeiro trimestre de 2017, 87 em cada 100 famílias dispunham de um pacote de serviços de comunicações eletrónicas e o número de subscritores destas ofertas atingiu 3,55 milhões (mais 35 mil que no trimestre anterior e mais 245 mil face ao período homólogo).

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.