Sexta-feira, 8 de Junho, foi o Dia Mundial dos Oceanos. Um dia com significado especial para Portugal e para o Reino Unido enquanto nações atlantistas – unidas pelo oceano. Nesse dia viajei para os Açores para participar nas comemorações oficiais do Dia de Portugal.  Já visitei sete das maravilhosas ilhas açoreanas rodeadas pelo oceano Atlântico, e foi muito apropriada a escolha deste arquipélago para estas comemorações que ocorem muito próximo do Dia Mundial dos Oceanos.

A nossa história e o nosso presente são moldados pelos oceanos.  Mas o nosso futuro também está ligado aos oceanos, que têm enorme potencial económico, grande parte ainda inexplorado. A “economia azul” representa 3,1% do PIB português, e no Reino Unido está estimada em cerca de 47 mil milhões de libras.

Um relatório britânico de 2018 sobre o “Futuro do Mar” destacava os desafios que teremos que ultrapassar no futuro para assegurar que, juntamente com Portugal e outros países, continuemos a proteger, preservar e explorar o potencial dos oceanos de forma sustentável.

Juntar os sectores industrial e académico, governos e cidadãos, neste debate, é um desafio fundamental. Todos temos um interesse nos oceanos. O plástico começou a ter um sério impacto na vida marinha.  No ano passado, o iate ‘Turn the Tide on Plastic’ conduzido por um britânico e patrocinado pela Fundação Mirpuri, passou por Lisboa durante a Volvo Ocean Boat race transmitindo uma forte mensagem sobre sustentabilidade.  A ONU estima que 12 milhões de toneladas de plástico sejam deitados ao mar todos os anos. A cada minuto compram-se um milhão de garrafas de plástico, e cada ano 100 mil animais marinhos são mortos em consequência do plástico. Nos próximos 10 a 15 anos prevê-se que a produção global de plástico quase duplique. Isto demonstra a urgência de protegermos os nossos oceanos para as gerações futuras. Ao focar-se na economia circular, Portugal é um exemplo de como podemos tentar mudar as coisas para melhor.

O Reino Unido reconhece que a inovação pode conduzir a um ambiente melhor protegido, mas também à descoberta de formas mais eficientes de enfrentar grandes desafios. A ciência e a tecnologia são essenciais para compreendermos e encontrarmos soluções para as questões de longo prazo que afetam o mar.

O Governo Britânico comprometeu-se a criar uma Faixa Azul (Blue Belt) em torno dos nossos Territórios Ultramarinos. Este é um dos programas de proteção marinha mais ambiciosos alguma vez realizados. Dos cerca de 6,8 milhões de quilómetros quadrados de oceano que rodeiam o Reino Unido e os nossos 14 Territórios Ultramarinos, comprometemo-nos a desenvolver medidas para garantir a protecção de 4 milhões de quilómetros quadrados até 2020.

Como nações atlantistas, Portugal e Reino Unido têm uma história comum relacionada com os oceanos e devem por isso continuar a partilhar um futuro azul.