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Presidente da Iberdrola vem a Portugal pedir estabilidade regulatória a Costa

Discurso de Ignacio Galán teve lugar durante inauguração do maior investimento energético em Portugal na última década e depois de o Governo espanhol ter criado uma nova taxa sobre o sector.
18 Julho 2022, 15h22

O presidente da Iberdrola pediu ao primeiro-ministro estabilidade regulatória no sector. Depois de o Governo espanhol anunciar uma nova taxa sobre o sector, o líder da energética espanhola pede a António Costa para não imitar Pedro Sanchez.

“Os trágicos incêndios que assolam Portugal desmontraram que é preciso acelerar a ação climática através de energias renováveis. São necessários enormes investimentos num contexto económico complexo”, começou por dizer Ignácio Galán na cerimónia de inauguração de um investimento de 1.500 milhões de euros, as três barragens no rio Tâmega, no distrito de Vila Real.

“É essencial regulação estável que proporcione segurança jurídica” e também ter “empresas com solidez financeira para realizar grandes projetos como o da gigabateria”, afirmou o gestor.

A taxa criada em Espanha visa arrecadar 1.500 milhões de euros em 2023 e 2024 das empresas energéticas.

Minutos depois, o presidente da elétrica volta a falar novamente da necessidade de estabilidade regulatória. “A Iberdrola reafirma hoje o seu compromisso com Portugal. Naturalmente que infraestruturas requerem colaboração dos governos e foi isso que encontramos sempre em Portugal, um planeamento claro, um ambiente regulatório previsível que permite trazer o capital necessário para o desenvolvimento de grandes projetos”.

Esta é a segunda vez em quatro dias que António Costa ouve o presidente de uma elétrica a pedir para não impor mudanças regulatórias no sector.

Na sexta-feira foi a vez do presidente da EDP defender “estabilidade regulatória, legislativa e fiscal” no sector energético nacional numa altura em que se tem falado na Europa de taxar os lucros extraordinários e em Espanha foi criada uma nova taxa sobre o sector. As declarações de Miguel Stilwell de Andrade tiveram lugar durante a inauguração da central solar flutuante do Alqueva que também contava com a presença do primeiro-ministro na primeira fila.

A 12 de julho, o Governo espanhol anunciou novas taxas sobre a banca e o sector energético. O objetivo do executivo socialista é arrecadar um total de 3.500 milhões de euros anuais no espaço de dois anos.

Pedro Sanchez anunciou um imposto “extraordinário e temporário” sobre a banca “que já está a começar a beneficiar da subida das taxas de juro. O objetivo é arrecadar 1.500 milhões de euros anuais.

Já na energia, a nova taxa abrange as empresas elétricas, gasistas e petrolíferas e vai arrecadar 2.000 milhões de euros anuais.

“Os lucros não caem do céu: estão a sair do bolso dos cidadãos”, afirmou o primeiro-ministro espanhol durante o debate do Estado da Nação no Congresso em Madrid.

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