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Presidente ucraniano sobreviveu a três tentativas de assassinato

As três tentativas acabaram furadas por elementos anti-guerra dentro do próprio Serviço Federal de Segurança da Rússia, que decidiu avisar a Ucrânia dos membros do grupo Wagner, apoiados pelo Kremlin, e do grupo de chechenos.
4 Março 2022, 13h00

O presidente ucraniano foi vítima de três tentativas de assassinato, tendo sobrevivido a todas, revela um relatório do “The Times” citado pelo “New York Post”. As tentativas de assassinato ocorreram na semana passada, depois da invasão russa à Ucrânia ter começado a 24 de fevereiro.

A publicação revela que foram enviadas duas unidades de mercenários do grupo Wagner, apoiado pelo Kremlin, e as forças especiais da Chechénia. No entanto, as três tentativas acabaram furadas por elementos anti-guerra dentro do próprio Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB).

Ora, os russos anti-guerra acabaram por fornecer informações à Ucrânia sobre os dois grupos de mercenários e as tentativas de assassinato. “Posso dizer que recebemos informações do [Serviço Federal de Segurança da Rússia], que não quer participar nesta guerra sangrenta”, disse o secretário de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia a televisões locais, segundo o “The Times”.

De acordo com a publicação, o grupo Wagner sofreu perdas humanas durante as duas tentativas distintas e ficaram apreensivos com a precisão com que as tropas ucranianas e membros da equipa de defesa de Volodymyr Zelensky anteciparam os seus movimentos.

“Eles iam lá [à Ucrânia] com uma missão de alto nível, algo que os russos gostariam que fosse negado. A decapitação de um chefe de Estado é uma missão enorme”, disse uma fonte diplomática à publicação londrina. “Em termos de impacto na política soberana russa, esta é possivelmente a maior missão até agora. Teria um grande impacto na guerra”, adiantou a mesma fonte, explicando que com a morte do presidente ucraniano seria mais fácil de juntar a Ucrânia à Rússia.

O “The Times” adianta ainda que a cabeça de Zelensky não era a única a prémio. A infiltração de 400 membros do grupo Wagner em Kiev tinha como objetivo assassinar 24 membros do governo, algo que causaria o caos num país já fragilizado.

Por sua vez, o grupo de chechenos foi retirado dos arredores de Kiev no passado sábado, antes da chegada de Zelensky, impedindo o ataque à figura do presidente.

De relembrar que Volodymyr Zelensky já recebeu ofertas de evacuação por parte dos Estados Unidos mas recusou-as para estar ao lado do povo que escolhe lutar pela liberdade do país. “A luta está aqui. Preciso de munição, não de boleia”, referiu quando recusou as ofertas para abandonar o país do qual é responsável.

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