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Privatizações em Angola: Sonangol, Unitel, BFA e Endiama “vão atrair muito interesse”

“São empresas que vão atrair bastante interesse pela dimensão, expetativa, pela reestruturação prévia para se adaptarem para estarem presentes em mercado”, disse Paulo Trindade Costa, partner da Vieira de Almeida.
26 Setembro 2023, 12h54

Angola tem em curso um ambicioso programa de privatizações que visa a venda de várias companhias estratégicas. Entre elas, várias jóias da coroa promete atrair muito interesse.

Assista aqui ao debate que ocorreu sobre o tema das privatizações em Angola na conferência “Doing Business Angola”:

“As empresas estratégicas vão atrair muito interesse, como a Sonangol, Unitel, BFA, Endiama”, começou por dizer hoje o partner da Vieira de Almeida, Paulo Trindade Costa.

“São empresas que vão atrair bastante interesse pela dimensão, expetativa, pela reestruturação prévia para se adaptarem para estarem presentes em mercado”, acrescentou.

“As grandes empresas vão sempre ser muito interessantes”, destacou, apontando que “vão atrair muitos interessados”.

No total, o programa conta com 67 ativos por privatizar até 2026, incluindo o BFA, Unitel e TAAG em 2025 e a Sonangol e Endiama em 2026.

As declarações tiveram lugar no painel Privatizações: efeitos e perspetivas durante a conferência “Doing Business Angola”, um evento organizado pel’O Jornal Económico e a Forbes África Lusófona que se realiza esta terça-feira em Lisboa com o objetivo de reunir alguns dos mais importantes atores do ecossistema económico e político de Angola para abordar alguns dos temas relevantes da vida económica angolana.

“O concurso público tem sido usado para privatizar, continua a ser a regra”, afirmou, apontando que houve casos de “investidores internacionais a dizerem, ‘eu estaria interessado se fosse ajuste direto'”.

No entanto, considera que os procedimentos escolhidos não têm prejudicado as privatizações. “Não é a falta de ajuste direto que possa ter prejudicado o programa de privatizações de Angola. Os ativos têm sido privatizados, o Estado tem recebido o seu dinheiro. Acreditamos que apesar de tudo, a falta de outros mecanismos não tem sido um elemento que levasse a repensar a política que tem sido seguida”.

Sobre a fiabilidade do sistema judicial angolano, sinalizou que “não pode ser visto aos olhos de um país mais desenvolvido. É óbvio que o sistema judicial angolano não inspira ainda a confiança necessária”.

Sobre a previsibilidade fiscal, atirou: “teria mais medo de investir em Portugal do que em Angola, que tem tido um quadro fiscal estável”.

“Olhamos para Angola com o estado de desenvolvimento que Portugal tinha há décadas atras”, resumiu o advogado.

“No caso de Angola, o grande receio ainda é a qualidade da informação, quando alguém quer comprar a empresa, qual é a qualidade de informação sobre a empresa”, defendendo que é preciso mais “informação, informação, informação” para os investidores poderem tomar as suas escolhas da melhor forma possível.

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