Professores em campanha nas autárquicas criam problemas nas escolas

As escolas nacionais, sobretudo na região Interior do país, estão a ter problemas ao deixar turmas inteiras sem titular com a ausência dos professores que se encontram em listas partidárias, revela o Diário de Notícias desta segunda-feira.

Os docentes e funcionários têm direito a faltar às aulas durante nove dias úteis para participar em ações de campanha eleitoral, mas há casos em que essa possibilidade deixa o 1º ciclo sem professores. “As escolas do Interior com as quais falei têm, em média, cinco, seis, sete ou oito professores em campanha”, refere ao DN o presidente da Associação Nacional de Diretores Escolares, Manuel António Pereira.

Já o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, sublinha ao mesmo jornal que se trata de um direito dos docentes, “com a agravante de ser logo no início do ano letivo”. “Não se pode discutir, mas causa embaraço nas escolas”, justifica. Enquanto diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos, Filinto conhece casos de professoras integradas em listas que não vão usufruíram do direito à ausência.

Uma das soluções encontradas por uma das escolas contactadas, pertencente ao distrito de Aveiro, foi passar temporariamente para o primeiro plano professores do serviço complementar, de forma a mitigar as consequências nas horas de aulas dos alunos.

Apesar de não ser conhecido o número oficial de docentes que não estão a lecionar por causa das campanhas eleitorais, o matutino fala em centenas de professores. A própria tutela da Educação não tem dados, de acordo com a mesma fonte: “A gestão de recursos humanos faz parte das atribuições dos diretores, pelo que esta dispensa de serviço não tem de ser comunicada ao Ministério da Educação mas apenas aos directores”, indica o ministério liderado por Tiago Brandão Rodrigues.