O presidente do PS Madeira, Sérgio Gonçalves, criticou a inércia do Governo Regional da Madeira para travar a queda na produção de cereja.
O dirigente socialista disse que são necessárias “soluções urgentes” para travar o declínio na produção de cereja.
“É cada vez mais frequente fazer-se festa da cereja sem cereja, tal como tem acontecido fazer-se festa da castanha sem castanha ou festa da cebola sem cebola, porque o Governo Regional só trabalha para as festas, onde gasta praticamente todo o dinheiro do Orçamento Regional destinado à valorização da produção regional”, disse o presidente do PS Madeira.
Sérgio Gonçalves denunciou a “quebra drástica” da área de cerejeiras, que “passou para 31 hectares (menos de metade da anteriormente registada), referindo que entre as causas estão: “as alterações climáticas, com períodos de seca ou precipitação intensa fora de época, mas também as pragas, doenças, a fraca valorização da produção regional e a idade avançada dos agricultores”.
O socialista considera urgente implementar-se medidas que incentivem a instalação de novos pomares, mais resistentes e mais rentáveis, que justifiquem a manutenção das cerejeiras.
“O Governo Regional não pode continuar nesta inércia de esperar que o tempo seja de feição ou que a doença não avance, quando existem soluções para travar o declínio da cereja e de outras culturas típicas de determinados locais da Região”, afirmou o socialista.
Sérgio Gonçalves diz que é preciso atualizar a Estratégia Clima Madeira, com a recolha de indicadores que “afetem a agricultura e recomendação de medidas que reduzam os impactos das alterações climáticas nas produções e rendimentos dos agricultores”.
O presidente do PS Madeira defendeu a valorização da produção regional, através de “regimes de qualidade dos alimentos e modos de produção mais saudáveis e sustentáveis” e também o “incentivo à produção de cerejeiras em pomares mistos e mais resilientes, com variedades mais precoces e mais tardias, intercaladas com outras culturas de altitude, que assegurem rendimentos em caso de perda das cerejeiras” e ainda a “promoção de modos de produção que assegurem a biodiversidade nos pomares e no solo, garantindo a limitação natural de pragas e doenças”.
O dirigente socialista quer também que se utilizem instrumentos financeiros de “ativação rápida para acorrer de imediato aos prejuízos dos agricultores” e também o “desenvolvimento de uma agenda de investigação e inovação para a extensão rural com ligação ao ensino superior, juntando o conhecimento empírico de quem está no terreno com o conhecimento científico na procura de variedades mais resistentes e outras soluções para os problemas atuais”.
Sérgio Gonçalves referiu que os rendimentos dos agricultores madeirenses já são os mais baixos do país, pelo que é obrigação do executivo regional “fazer tudo o que está ao seu alcance” para minimizar as incertezas e os prejuízos.
“O Governo Regional não pode culpar o mau tempo quando as coisas correm mal e apropriar-se dos bons resultados, quando as coisas correm bem”, disse o presidente do PS Madeira.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com