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PS elogia negociação “bem gizada” de António Costa que permitiu manter ‘envelope financeiro’ nacional quase inalterado

O deputado do PS Luís Capoulas Santos considera que o acordo alcançado representa “uma enorme oportunidade” para Portugal, destacando como muito positivo o “princípio da mutualização da dívida”. “Normalmente, a história demonstra-nos que os momentos de grande dificuldade são igualmente os momentos das grandes oportunidades”, disse.
  • Cristina Bernardo
21 Julho 2020, 16h48

O Partido Socialista (PS) elogiou esta sexta-feira a estratégia negocial “bem gizada” de António Costa no Conselho Europeu, que permitiu manter envelope financeiro português quase inalterado. O deputado do PS Luís Capoulas Santos considera que o acordo alcançado representa “uma enorme oportunidade” para Portugal, destacando como muito positivo o “princípio da mutualização da dívida”.

“Não obstante o resultado final da negociação ter concluído por uma redução do montante global de apoio aos Estados-membros, o envelope financeiro português ficou praticamente ao mesmo nível, o que permite concluir que foi muito bem gizada a estratégia negocial conduzida por Portugal, pelo seu primeiro-ministro e pela diplomacia portuguesa”, afirmou Luís Capoulas Santos, sobre os 1,82 biliões de euros acordados no Conselho Europeu.

O antigo eurodeputado congratulou-se com as conclusões desta cimeira europeia que aprovou, ao quinto dia de negociações, um orçamento para 2021-2027 de 1,074 biliões de euros e um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões, com pouco mais de metade em subvenções. Do Fundo de Recuperação, 390 mil milhões de euros serão transferências a fundo perdido e os restantes 360 mil milhões em forma de empréstimo.

Desses 1,82 biliões de euros, Portugal deverá receber 45 mil milhões de euros nos próximos sete anos. O montante representa um acréscimo de 37% face aos 32,7 mil milhões de euros de que Portugal disponha no Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020, que não incluía o Fundo de Recuperação agora criado por causa da pandemia.

“Normalmente, a história demonstra-nos que os momentos de grande dificuldade são igualmente os momentos das grandes oportunidades”, referiu o antigo eurodeputado e ex-ministro da Agricultura, apontando o resultado das negociações no Conselho Europeu como “uma enorme oportunidade” para Portugal.

Luís Capoulas Santos destacou que o país vai receber “um envelope financeiro que, para além dos empréstimos, supera os 45 mil milhões de euros” nos próximos sete anos, o que se traduz numa quantia que “há poucas semanas ou há poucos meses inimaginável”. “Naturalmente que as dificuldades também são enormes, como sabemos, e o impacto desta crise será enorme na nossa economia e na nossa sociedade”, ressalvou.

“A boa aplicação destes fundos, que será obviamente o desafio de curto e de médio prazo para todos os portugueses”, sinalizou.

Segundo Luís Capoulas Santos, o Conselho Europeu foi também “muito positivo para a Europa”. Isso porque “se deu um salto qualitativo histórico: pela primeira vez na história da União Europeia foi consagrado o princípio da mutualização da dívida”, destacou, referindo-se à emissão de dívida conjunta que irá financiar o Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros.

O deputado do PS saudou ainda que não tenha sido atribuído aos Estados-membros, “nesta crise provocada pela pandemia” da Covid-19, “o mesmo tratamento, isto é, o mesmo abandono que foi concedido aquando da crise financeira a partir de 2008”.

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