O Partido Socialista (PS) recusou-se esta sexta-feira a comentar a candidatura da diplomata e ex-eurodeputada socialista Ana Gomes à Presidência da República, remetendo declarações para “hora própria”. O secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, sublinhou que as candidaturas presidenciais não são “patrocinadas pelos partidos políticos” e que qualquer cidadão com mais de 35 anos pode participar.
“Como já dissemos em momento oportuno, há horas próprias, momentos próprios e locais próprios para avaliar e decidir sobre o modo como o Partido Socialista encarará as eleições presidenciais”, afirmou José Luís Carneiro, em declarações à imprensa, na sede do PS, em Lisboa, quando questionado sobre a candidatura à Presidência da República de Ana Gomes, formalizada esta quinta-feira, na Casa da Imprensa, em Lisboa.
José Luís Carneiro assinalou ainda que as presidenciais “são eleições em que os cidadãos, de livre e de espontânea vontade, com autonomia e responsabilidade, se habilitam ao desempenho dessas funções” e, por isso, “não são candidaturas patrocinadas pelos partidos políticos”.
Na formalização da candidatura, Ana Gomes referiu que esperou “durante meses” que o PS avançasse com um candidato ao mais alto cargo do Estado e que, tendo em conta a demora, decidiu avançar em defesa da democracia e contra os “interesses instalados” e em nome do “campo do socialismo democrático, progressista”.
“Durante meses e meses, esperei que o meu partido apresentasse um candidato saído das suas fileiras ou da sua área política. Sempre defendi essa ideia. Não compreendo nem aceito a desvalorização de um ato tão significante como a eleição para a Presidência da República”, afirmou Ana Gomes. “Depois de um período de reflexão, decidi que não devo nem posso desertar deste combate pela democracia”.
A candidatura de Ana Gomes conta já com alguns apoios dentro do PS, como o antigo líder parlamentar e ex-eurodeputado socialista Francisco Assis, e do líder da tendência minoritária dentro da Comissão Política do PS, Daniel Adrião. Também o ex-candidato presidencial e antigo deputado eleito pelo PS Henrique Neto já veio dizer que é uma candidatura “potencialmente vencedora” e Paulo Pedroso, ex-ministro do PS (que entretanto se desfiliou do partido) escreveu no Twitter que “há muito tempo” que “não via o líder da extrema-direita tão nervoso”.
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