O Partido Social Democrata (PSD) acusa o Governo de ter anunciado “confinamento de faz de conta” e de não ter cumprido o seu papel de criar regras “claras e rigorosas” para este novo confinamento. O líder parlamentar do PSD, Adão Silva, indica que foi o próprio Governo que foi “o primeiro a reconhecer que as regras não estavam bem desenhadas” e que tal pode levar a uma “falta de credibilidade” do Executivo socialista.
“Para que tudo funcione é preciso regras claras, rigorosas, bem explicadas, e a sensação que há, no momento em que chegámos onde chegámos à necessidade de um segundo confinamento, é de que não foi isso que aconteceu. O Governo não cumpriu o seu papel”, acusou Adão Silva, no debate sobre política geral, com a presença do primeiro-ministro, António Costa, na Assembleia da República.
Segundo o líder parlamentar do PSD, o Governo foi “vago” nas medidas restritivas que anunciou para o novo confinamento e “anunciou um confinamento de faz de conta, com tantas exceções sobre regras que deveriam ser claras, límpidas, entendíveis”. “O próprio Governo foi o primeiro a reconhecer que as regras não estavam bem desenhadas e não estavam bem delimitadas e não era facilmente entendíveis”, sublinhou.
Adão Silva disse que, a comprovar isso, está a reunião extraordinária do Conselho de Ministros desta segunda-feira, onde se vieram a agravar algumas das medidas restritas que o Governo tinha anunciado, apenas cinco dias antes. “Ficámos perplexos”, referiu. “Foi preciso corrigir o que tinha ficado imperfeito”.
O líder da bancada do PSD referiu ainda que Portugal enfrenta, neste novo confinamento, “um dos tempos mais tristes e mais duros desde o 25 de abril de 1974” e questionou ainda se, face ao incumprimento das regras do novo confinamento que se está a verificar, “há falta de planeamento da parte do Governo” ou “falta de credibilidade”.
Em resposta às questões, António Costa referiu que “a análise fica para os analistas” e que “o Governo debateu-se, com grande consenso nacional, para que se evitasse um novo confinamento geral porque todos temos bem consciência do custo de um confinamento geral”. “Mas, como disse em abril, nunca teria o menor rebuço ou vergonha de dar um passo atrás se as circunstâncias o impuserem”, disse.
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