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PSD assume voto favorável na renovação de estado de emergência, mas pede mais coerência ao Governo

O PSD pediu que o Governo não apresente dois pesos para a mesma medida, uma vez que proíbe ajuntamentos e mantém os portugueses fechados em casa durante os fins-de-semana mas cede à autorização da realização de congressos, como é o exemplo do congresso do PCP.
  • Adão Silva, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD
20 Novembro 2020, 09h55

O Partido Social Democrata (PSD), pela voz do presidente da bancada Adão Silva, admitiu que irá votar “favoravelmente” ao decreto apresentado pelo Presidente da República, o qual estabelece a renovação do estado de emergência durante um período adicional de 15 dias, o que permitirá “ao Governo apresentar as medidas necessárias para combater a pandemia”.

O PSD irá assim “cooperar” com a decisão do Presidente da República e do Governo “para salvar vidas e manter o futuro dos portugueses”, admitindo fazer a sua parte “no limite das nossas capacidades e competências”.

No entanto, Adão Silva esclareceu que o PSD está em condições de exigir ao Governo para que este “faça o que tem de ser feito nestes tempos excecionais”, pedindo duas condições. A primeira condição, de acordo com o deputado, é que o Governo seja “claro, coerente e politicamente honesto” em todas as suas declarações e decisões, enquanto a segunda condição é que o Governo “pare com a sua cegueira ideológica”, uma vez que “a pandemia não é ideologia”.

Relativamente à primeira condição, o PSD pediu que o Governo não apresente dois pesos para a mesma medida, uma vez que proíbe ajuntamentos e mantém os portugueses fechados em casa durante os fins-de-semana mas cede à autorização da realização de congressos, como é o exemplo do congresso do Partido Comunista Português (PCP).

“Como se compreende esta descriminação?”, questionou o deputado, acusando o Governo de dever “a sua sobrevivência política ao partido comunista”. “O que nos interessa [PSD], é a sobrevivência dos portugueses, das nossas empresas, do emprego e dos serviços de saúde”, que têm estado sob enorme pressão devido ao aumento de casos.

Na sua segunda condição, em que o PSD pede o fim da cegueira ideológica do Governo de António Costa, Adão Silva admitiu que é ao Serviço Nacional de Saúde “a quem cabe as primeiras respostas no tratamento da pandemia, que ficou incapacitado desde a primeira hora”.

O PSD disse ainda que o “Governo anda a correr atrás do tempo perdido”, tendo demorado demasiado tempo a impor as medidas numa segunda fase, quando estas já deviam estar preparadas desde a primeira vaga.

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