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PSD: “Mudar a ministra sem mudar as políticas é como tratar uma ferida exposta com penso rápido”

Ricardo Baptista Leite diz que a demissão de Marta Temido é um sintoma de falha estrutural do SNS, mas que a sua substituição é em vão se não for acompanhada de reforma política.
7 Setembro 2022, 16h00

Na fase de declarações políticas durante a reunião da Comissão Permanente desta quarta-feira, o maior partido da oposição pegou na deixa de PCP e BE, que usaram o estado atual do SNS como ponto de partida para o debate agendado para esta tarde, sobre o aumento do custo de vida e dos lucros dos grandes grupos económicos, proposto pelos comunistas.

Na sua intervenção, Ricardo Baptista Leite começa por dizer que “é lamentável que o PS tenha impedido um debate na presença da ministra da Saúde”, Marta Temido, que se encontra ainda em funções após ter apresentado a sua demissão. “Uma ministra que se demite, mas que fica em funções mais 15 dias tem a obrigação de vir a este Parlamento”, salienta o deputado.

“Vivemos um dos piores momentos do SNS e o Governo esconde-se atrás de uma maioria absoluta para não responder perante o país”, acusa ainda, apontando o dedo aos socialistas e afirmando que o PS quer “aprovar os estatutos do SNS nas costas do povo, atrás de uma cortina de fumo”.

“Quando o SNS falha, todos sentem, mas sobretudo os que vivem em maior vulnerabilidade”, aponta Baptista Leite, recordando a promessa do primeiro-ministro de que “todos teriam um médico de família em 2017”. “Hoje, em 2022, há quase 1,5 milhões [de portugueses] sem médico de família, mais de 40% de quando o PS chegou ao poder”, sublinha.

O PSD aproveitou ainda o momento para explicar que a pandemia já não é uma justificação válida para o estado do Serviço Nacional de Saúde e invoca os recentes casos de mortalidade e problemas nas urgências para dizer que “o Governo tem um problema grave com a verdade”. “Foi preciso atingir um ponto de rutura e caos nas urgências de obstetrícia” para o Governo reagir, assinala o social-democrata.

“É natural”, continua, “que comece a faltar a confiança de resposta no SNS” e exemplo disso, explica Baptista Leite, é que “nunca tantos portugueses pagaram para ter um seguro de saúde como nos anos de governação do PS”.

Por fim, avisa o Executivo: “Mudar a ministra sem mudar as políticas do Governo para a Saúde é como tratar uma ferida exposta com um penso rápido”.

A Comissão Permanente reúne esta tarde, dias após a apresentação do pacote de medidas extraordinárias de combate ao aumento do custo de vida apresentado pelo Governo, que tem suscitado críticas por parte dos partidos da oposição.

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