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PSD questiona Governo sobre falha no socorro às vítimas dos incêndios de Castelo Branco

Em causa está a descoordenação entre o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a Proteção Civil, o que levou a uma demora de mais de quatro horas no acionamento e prestação do socorro aéreo as vítimas de incêndios.
25 Julho 2019, 07h49

O Partido Social Democrata (PSD) questionou esta quarta-feira o Governo sobre a falha do Estado na prestação de socorro às vítimas dos incêndios em Castelo Branco. Em causa está a descoordenação entre o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a Proteção Civil, o que levou a uma demora de mais de quatro horas no acionamento e prestação do socorro aéreo as vítimas de incêndios.

Na pergunta destinada ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o PSD indica que, através dos jornais, foi conhecido que o INEM demorou mais de quatro horas a socorrer uma vítima, “a mais grave dos incêndios ocorridos no último fim de semana em Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco”. A vítima, que sofreu ferimentos muito graves, devia ser helitransportada para Lisboa, mas tal não correu como previsto.

O Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) determinou, às 22h59 do dia 19 de julho, que a vítima ia ser transportada do aeródromo das Moitas, a cinco quilómetros de Proença-a-Nova, para Lisboa, onde deveria chegar pelas 00h30 do dia seguinte.

“Sucede que o CODU não terá cuidado de garantir que a referida pista poderia assegurar voos noturnos, possibilidade que não se verificava devido ao facto de a mesma não dispor de iluminação. Contudo, a Proteção Civil fez, entretanto, saber que as condições para aterragem no referido aeródromo poderiam ter sido facultadas caso tivesse sido solicitada a devida autorização por parte do INEM”, lê-se na pergunta entregue pelo PSD ao Parlamento.

Acabou por ser o helicóptero do INEM de Évora que levou o ferido para Lisboa, ao invés do héli de Santa Comba Dão, que teve de regressar à base por falta de combustível. A vítima acabou por chegar a Lisboa apenas às 3h00 da manhã de domingo.

O PSD considera que “a situação de passa culpas é totalmente inaceitável” e acusa o Governo, enquanto “órgão máximo responsável pela proteção civil”, de ter falhado “uma vez mais no socorro às vítimas dos incêndios que novamente grassam no país”. “Caso [a vítima] tivesse sido transportada de ambulância, por via terrestre, teria demorado cerca de metade do tempo a chegar a um hospital de Lisboa”, sublinha.

A bancada social-democrata quer, por isso, saber a que se deveu a descoordenação entre o INEM e a Proteção Civil no acionamento e prestação do socorro aéreo à vítima e que medidas tomou o Governo para “assegurar o cabal apuramento e o esclarecimento das condições em que o transporte do referido ferido grave se verificou”. O PSD questiona ainda se o Governo tem condições para garantir que situações como esta nunca mais voltam a acontecer.

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