Eric Cantona criticou o tratamento dado aos trabalhadores migrantes no Qatar na construção de estádios e infraestruturas para o campeonato do mundo deste ano, que arranca a 21 de novembro.
“Pessoalmente, não vou assistir. É só sobre o dinheiro. E é horrível como trataram as pessoas que construíram os estádios. E milhares de pessoas morreram e mesmo assim vamos celebrar o campeonato do mundo”, disse o antigo internacional francês em entrevista ao “Daily Mail”.
“Percebo que o futebol seja um negócio, mas pensava que era onde todas as pessoas podiam progredir. Ainda penso que os jovens jogadores que crescem em zonas pobres – a maioria dos jogadores vêm de zonas pobres – e tornam-se futebolistas e têm uma possibilidade de se salvarem a si e à sua família, o que é ótimo. E se fores bom, és bom. Trata-se de meritocracia, se és melhor que o outro, vais jogar, o que é justo. É por isso que, talvez, se a meritocracia e o potencial são a essência do futebol, é ainda mais surpreendente que possamos organizar um campeonato do mundo no Qatar”, afirmou na entrevista ao jornal britânico.
O jornal “Guardian” revelou este ano que mais de 6.500 trabalhadores migrantes da India, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka morreram no país desde que ganhou os direitos para organizar o torneiro, há 11 anos – a uma média de 12 migrantes mortos todas as semanas.
E um relatório da Amnistia Internacional revelou que milhares de migrantes são explorados no país, com “milhares em risco”.
A Dinamarca vai mostrar a sua solidariedade para com estes trabalhadores durante o torneio, com mensagens de apoio inscritas no equipamento de treino.
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