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Quais as escolhas nos mercados emergentes? China é uma boa opção

Ao analisar o atual panorama dos mercados emergentes, o especialista da Schroders é perentório: Rússia está fora de questão.
  • Reuters
3 Dezembro 2016, 10h28

A China continua a ser atrativa como mercado emergente. O Brasil está a melhorar, mas mantêm-se os holofotes sobre os escândalos. A Rússia está fora de questão, diz Alan Ayres, responsável do departamento de ações para os mercados emergentes na Schroders.

A Rússia é uma opção para os investidores em mercados emergentes?
A Rússia não é uma opção. Na Schroders evitamos a Rússia. O crescimento tem tido uma evolução muito negativa e o país, em termos de economia, resume-se ao petróleo. O facto de ter passado por um período muito complicado, com os preços do crude a colapsar, alguns dos resultados positivos em termos económicos, acabam por perder-se pela evolução da moeda. A contração no mercado interno tem sido muito violenta. Esperamos que com os preços do crude a estabilizar, possamos ver a Rússia a sair de um mau período.

A África subsariana é também uma opção para os investidores?
É um mercado relativo e limitado. Temos alguns investidores no espaço da África subsariana mas os maiores mercados em África são a Nigéria e o Quénia e, francamente, a Nigéria apresenta alguns problemas e, por isso, não estamos particularmente otimistas.

E em relação à América Latina, acredita na estabilização? Acredita no Brasil?
Queremos acreditar. O Brasil tem feito algumas mudanças políticas e tem havido alguns progressos na parte fiscal e de investimento, o que é positivo. O grande problema do Brasil foram os anos de fraco investimento, a par dos escândalos que ainda não saíram dos holofotes. O Brasil tem registado grandes progressos em termos de mercados financeiros este ano, mas pensamos que ainda não ganhou impulso suficiente, mesmo com as mudanças. Precisamos de ver uma economia a evoluir de crescimento negativo para uma economia com pequeno crescimento positivo. A grande questão que se coloca para o Brasil é se o mercado consegue voltar a níveis de maior sustentabilidade e isso poderá ser um desafio entre este ano e o ano de 2019. Por agora, penso que o impulso na economia será positivo mas vai ter que ser analisado por causa das grandes reestruturações e reformas económicas.

O que espera da China?
A China vai continuar a ser o modelo que os investidores de mercados enmergentes procuram. Na Schroders não acreditamos que a China venha a passar por uma crise financeira porque o Governo controla o sistema dos bancos. Se o problema for dinheiro, o banco central dá-lhes dinheiro e, claro, não poderão continuar neste modelo para sempre, mas serve para o médio prazo.

E sobre a economia, o Governo chinês vai manter os estímulos?
Eles vão tentar fazer alguns ajustamentos mas, caso ocorra uma pressão excessiva, voltarão a estimular o crédito e a gerar uma nova dinâmica. A China vai trabalhar nos estímulos e nas reestruturações e será um processo demorado.

O que esperam os investidores relativamente aos mercados emergentes?
Estudo sempre o longo prazo e analisando as avaliações, creio que os mercados emergentes estão no bom caminho, mas há muitas incertezas. Há mercados que são grandes e menos mediatizados, caso do México, África do Sul, Malásia, Indonésia e Índia.

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