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Quando governar era um “tormento” para Manuel Delgado

Não conseguir responder às exigências dos vários profissionais de saúde que apresentavam reivindicações e faziam protestos gerou o desabafo do agora ex-governante em setembro. Sai três meses depois do Governo.
12 Dezembro 2017, 18h34

O Secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, reconheceu, em setembro que o Governo “não tem condições para responder a todas as reivindicações” e que é um “tormento” governar nas atuais circunstâncias.

O agora ex-secretário de Estado reconheceu, à agência Lusa, a “dificuldade em chegar a acordos” pelo Executivo não conseguir responder às exigências dos vários profissionais de saúde que têm apresentado reivindicações e protestos.

Sublinhou também que na saúde há 130 mil profissionais e que “os recursos na saúde são insuficientes para responder a todas as solicitações”.

“Estamos a viver um fenómeno que tem aspetos muito positivos. Os portugueses perceberam, ao contrário do que lhes tinha sido vendido antes, que afinal o país podia crescer repondo vencimentos”, disse o Secretário de Estado, acrescentando que “esta expetativa criou uma perversão, que é a perversão de que tudo se pode conquistar rapidamente (…). Ficou a ideia errada de que não só podíamos avançar na reposição de rendimentos, mas que essa reposição era infinita”.

Reportagem expõe secretário de Estado

Segundo uma reportagem da TVI, emitida no sábado passado, Manuel Delgado foi contratado entre 2013 e 2014 pela associação Raríssimas, com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.

O secretário de Estado alegou então que se tratou de uma “colaboração técnica” com a associação Raríssimas e que nunca participou em decisões de financiamento.

O Presidente da República aceitou a proposta de nomeação de Rosa Matos Zorrinho para secretária de Estado da Saúde e vai dar posse à nova governante hoje, às 19:30, numa cerimónia no Palácio de Belém, em Lisboa.

Esta informação consta de uma nota colocada no portal da Presidência da República, na qual se lê que Marcelo Rebelo de Sousa “aceitou hoje as propostas do primeiro-ministro de exoneração, a seu pedido, do secretário de Estado da Saúde, Manuel Martins dos Santos Delgado, e de nomeação para o mesmo cargo da Dra. Rosa Augusta de Matos Zorrinho”.

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