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Quebra de mil milhões de euros nas viagens e turismo agrava balança de pagamentos em maio

Nota de informação estatística do Banco de Portugal sobre a balança de pagamentos em maio indica que o quinto mês de 2020 trouxe uma enorme quebra nas exportações e importações de bens e serviços devido ao impacto da Covid-19 no turismo e viagens.
20 Julho 2020, 11h27

Uma redução homóloga de 1.003 milhões de euros no saldo das viagens e turismo em maio agravou o saldo conjunto das balanças corrente e de capital nos cinco primeiros meses de 2020, fixando-se, segundo uma nota de informação estatística divulgada nesta segunda-feira pelo Banco de Portugal, em 2.496 milhões de euros negativos, contra apenas 1.717 milhões de euros negativos no mesmo período do ano anterior.

Nos primeiros cinco meses deste ano, fortemente impactados pela pandemia de Covid-19, o défice da balança de bens diminuiu 903 milhões de euros em relação ao período homólogo de 2019. No entanto, essa redução, decorrente da quebra nas importações, não pôde compensar o decréscimo de 2.649 milhões de euros no excedente da balança de serviços.

Até maio, as exportações de bens e serviços diminuíram 22,2% (17,7% nos bens e 31,0% nos serviços), enquanto as importações de bens e serviços registavam um decréscimo de 17,1% (16,7% nos bens e 18,7% nos serviços), mas a tendência agravou-se no quinto mês de 2020, com grande contributo negativo das atividades turísticas: menos 47,1% e menos 39,1% nas exportações e importações de bens e de serviços.

No que toca ao défice de balança de rendimento primário houve uma redução homóloga de 643 milhões de euros, para 2.041 milhões de euros negativos, que o Banco de Portugal indica ter sido justificada em grande medida ela redução de rendimentos de investimento a entidades não residentes. Enquanto isso, o excedente da balança de rendimento secundário decresceu 43 milhões de euros devido ao aumento da contribuição financeira paga por Portugal, e o saldo da balança de capital cresceu 367 milhões de euros graças ao aumento do recebimento de fundos comunitários e redução das aquisições de ativos intangíveis.

Ainda segundo a nota estatística do Banco de Portugal, o saldo da balança financeiro registou uma diminuição dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior no valor de 2.783 milhões de euros, consubstanciado sobretudo no aumento de passivos com o investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa, ao mesmo tempo que houve um aumento de ativos dos bancos e das sociedades de seguros sobre entidades não residentes em títulos de dívida emitidos por países pertencentes à União Monetária.

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