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Quem é Eduardo Freitas, o mecânico português que se tornou no novo diretor de corridas da Fórmula 1?

Mecânico desde adolescente, o português – primeiro de motores de dois tempos e depois de karts – estreou-se no desporto motorizado no Campeonato do Mundo de Karting de 1979, disputado no Autódromo do Estoril, a desmontar o circuito, em busca de adrenalina. Agora, 16 anos depois, Portugal volta a ter um representante no topo do automobilismo mundial.
19 Fevereiro 2022, 16h00

Em dezembro de 2021, surgiu uma petição online que junta, de momento, mais de cinco mil assinaturas para exigir a  substituição de Michael Masi, então diretor de corridas da Fórmula 1, por Eduardo Freitas.  Esta quinta-feira, o pedido tornou-se realidade e a F1 passou a ter um português como diretor de corridas.

“Após uma época sem precedentes de decisões inconsistentes e extremamente questionáveis dos comissários da Fórmula 1, culminando com a farsa do Grande Prémio de Abu Dhabi de 2021, solicitamos aos organizadores da Fórmula 1 que substituam o atual diretor da prova por Eduardo Freitas, do WEC, bem respeitado e experiente. Freitas tem mais de 20 anos de experiência como diretor de corridas de alto nível e é considerado em todo o mundo como uma voz de consistência e autoridade. É vital que a confiança dos espectadores e dos fãs seja restaurada no policiamento das corridas de F1, que foi corroída ao longo da temporada de 2021”, lê-se na descrição da petição

Eduardo Freitas faz agora parte de uma liderança bicéfala com o alemão Niels Wittich (que vem do DTM, o campeonato alemão de carros de turismo), e vai estrear-se no novo cargo nos testes de Barcelona, entre 23 e 25 de fevereiro, sendo que o Mundial 2022 de Fórmula 1 arranca a 20 de março, com o Grande Prémio do Bahrain.

Michael Masi foi demitido na sequência das decisões polémicas tomadas na última prova da temporada anterior no Grande Prémio de Abu Dhabi, quando se disputava o título mundial que acabou por ser conquistado por Max Verstappen da Red Bull.

Mas quem é Eduardo Freitas?

Mecânico desde adolescente, o português — primeiro de motores de dois tempos e depois de karts — estreou-se no desporto motorizado no Campeonato do Mundo de Karting de 1979, disputado no Autódromo do Estoril, a desmontar o circuito, em busca de adrenalina. Depois, realizou quase todas as funções possíveis de desempenhar em circuito: passou por comissário de pista, chefe do posto de comissários, chefe das zonas de comissários e ajudou nas verificações técnicas. Um dia, em 2002, recebeu um convite para ser diretor de corrida do Campeonato FIA de GT’s e do Campeonato Europeu de Carros de Turismo.

“Pensei que o comboio podia ir mais longe e agarrei a oportunidade. Assim, alinhei por um ano, 2002, e agora estou aqui. Passei do FIA GT e ETCC para o WTCC [World Touring Car Championship] quando este começou, em 2004, e fiquei lá até 2009. Foram 110 corridas, foi muito divertido”, disse em entrevista ao AutoSport em 2020.

A chegada ao Mundial de Resistência aconteceu após dez anos de experiência em campeonatos menores. “Em 2010, a FIA decidiu mudar-me para o Campeonato do Mundo de GT, que só durou em 2011, então fui convidado para vir para o Campeonato do Mundo de Endurance [WEC], onde estou agora. E como sou diretor de corridas de resistência aqui, faço o mesmo trabalho na European Le Mans Series e na Asian Le Mans Series”, esclareceu Eduardo Freita.

Agora, depois de 40 anos de carreira, sendo 20 como diretor de corridas da FIA, saltou para a Fórmula 1. Nesse campeonato, nunca trabalhou diretamente, mas trabalhou ao lado de Michael Masi e o seu antecessor Charlie Whiting em conferências da FIA e reuniões de diretores de corrida. A “CNN” relembra que após os dois anos de Tiago Monteiro, em 2005 e 2006, Portugal volta a ter um representante no topo do automobilismo mundial.

O ano passado, em entrevista à “dailysportscar.com”, quando questionado sobre o que gostava de fazer aos fins de semana, entre outras coisas, disse: “Eu gosto de pegar no meu neto e ir incógnito para ver corridas de kart. É uma boa diversão. Gosto de ver as corridas de outras pessoas”. Agora a dificuldade será passar incógnito.

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