[weglot_switcher]

Quer baixar a taxa de juro do seu cartão de crédito? Veja como

As taxas de juro associadas aos cartões de crédito caíram para metade nos últimos quatro anos, pelo que pode estar a pagar muito mais do que devia pelo seu cartão. Saiba como poderá baixar a TAEG junto do seu banco.
6 Janeiro 2020, 08h05

É natural que os gastos com o cartão de crédito tenham aumentado durante a época natalícia. Mesmo para quem não dá muito uso a este método de pagamento, é importante saber como baixar a taxa de juro, especialmente se não reembolsar a dívida a 100% e desejar parcelar os pagamentos. Pode estar a pagar muito mais do que devia, até porque as taxas de juro associadas aos cartões caíram cerca de 54% nos últimos quatro anos. Neste artigo, o ComparaJá.pt ensina a tratar disto com o seu banco.

Suponhamos que contratou o seu cartão de crédito há 10 anos, numa altura em que a taxa de juro praticada pelas instituições financeiras era muito elevada relativamente aos valores de hoje. Isso significa que a taxa de juro hoje aplicada às compras que desejar pagar em prestações através do cartão ainda é a mesma.

Antes de mais, vamos perceber como funcionam os cartões de crédito.

 

Como funcionam os pagamentos com cartões?

Um cartão de crédito reside num contrato de empréstimo ao consumo através do qual o banco disponibiliza um limite de crédito máximo que pode ser utilizado regularmente pelo titular do cartão (plafond).

Uma vez que este montante fixado pela instituição pode ser usado novamente à medida que o consumidor liquida os valores que tem em dívida, renovando-se automaticamente, o empréstimo concedido através de um cartão de crédito designa-se por crédito revolving.

Existem fundamentalmente duas operações passíveis de serem efetuadas com um cartão de crédito:

  • Pagamento de bens e/ou serviços em estabelecimentos comerciais e também online;
  • Levantamento de dinheiro a crédito em caixas multibanco (procedimento designado por cash advance).

Por exemplo: ao pagar as prendas de Natal com o cartão, o cliente terá, posteriomente, de reembolsar esse valor nas condições e na data que acordar com o banco. Ao contrário do que acontece com o cartão de débito, no qual todas as transações se refletem na respetiva conta à ordem, com o cartão de crédito tudo se passa na chamada “conta-cartão”.

Os cartões de crédito possuem três caraterísticas essenciais: renovam-se automaticamente e possuem uma duração ilimitada, são celebrados com uma taxa de juro fixa e, para que o cliente disponha deste método de pagamento, geralmente não necessita de apresentar quaisquer garantias ao banco.

 

Existem dois tipos de cartões de crédito:

  • Os de fidelização de clientes: cuja utilização é restrita a certas e determinadas lojas;
  • Os de utilização universal: que podem ser usados em qualquer estabelecimento que aceite este método de pagamento, bem como na Internet, e que permitem recorrer ao cash advance.

 

Que custos tem um cartão de crédito?

Um cartão de crédito nunca é totalmente livre de encargos.

 

Comissão de disponibilização de um cartão

Desde logo, embora alguns não disponham desta despesa, pode ser obrigatório pagar a comissão de disponibilização de um cartão (outrora designada por “anuidade”), que corresponde ao valor anual do cartão. Regra geral, quanto mais completo e premium é o cartão, mais elevado costuma ser este custo.

 

Taxa de juro

Naturalmente, se o cliente quiser pagar a dívida em prestações mensais, estas são acrescidas de juros numa percentagem que varia conforme a modalidade de reembolso acordada e a qual se denomina por TAEG (Taxa Anual Efetiva Global).

 

Juros de mora

Se houver atrasos no pagamento das prestações, o banco cobrar-lhe-á a chamada “comissão de recuperação de valores em dívida”.

 

Comissão de cash advance

O levantamento a crédito é uma operação que tem sempre associado um custo – quer seja efetuada dentro do Espaço Económico Europeu ou no resto do Mundo – que se traduz numa percentagem sobre a quantia levantada e num valor fixo aplicado a cada levantamento, cobrados em simultâneo.

 

Pagamentos no estrangeiro

A utilização do cartão de crédito fora do país dá lugar, geralmente, ao pagamento de uma comissão que oscila consoante se trate de uma operação realizada no Espaço Económico Europeu ou no resto do Mundo.

 

Dica: Para ter a certeza de todos os encargos associados ao seu cartão de crédito consulte o Folheto de Comissões e Despesas do Preçário do seu banco, que normalmente está disponível no website do mesmo.

 

Como baixar a taxa de juro? Passo a passo

 

#1 – Descubra qual é o valor que está a ser praticado no mercado

É muito simples saber isto. Trimestralmente, o Banco de Portugal (BdP) divulga as taxas máximas que as instituições financeiras em Portugal podem praticar na concessão de crédito aos consumidores – consulte esta informação atualizada aqui.

No quarto trimestre de 2019, a taxa de juro máxima que pode ser aplicada aos cartões de crédito foi de 15,7%, sendo que se irá manter esta percentagem no primeiro trimestre de 2020. É de salientar ainda que este valor tem vindo a diminuir ao longo dos anos.

 

#2 – Averigue qual é a taxa de juro que tem contratada para o seu cartão

Telefone para o Apoio ao Cliente do seu cartão (o número deve estar disponível no website do banco) e pergunte diretamente qual é a taxa de juro que está contratada no mesmo.

Imagine, por exemplo, que o valor que tem estipulado é de 20% – o que é bem mais elevado do que a taxa máxima permitida atualmente pelo BdP.

 

#3 – Peça a redução da taxa de juro para os valores atuais

Solicite a redução da sua taxa de juro para a que é praticada nos dias de hoje e, mesmo que lhe digam que não é possível, insista e peça ao funcionário em questão para lhe passar a chamada para alguém do Departamento de Retenção de Clientes.

Na realidade, nem sempre o cartão de crédito é a solução mais em conta para pagar algum bem ou serviço a prestações. Para valores mais reduzidos – por exemplo, até 500 euros – pode compensar. Porém, a partir deste montante é fundamental que compare o custo de pagar com cartão com o de fazer um crédito pessoal (através do montante total imputado ao consumidor), até porque este último costuma ter uma taxa de juro mais reduzida.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.