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Regulador europeu confirma “possível ligação” entre Astrazeneca e formação de coágulos sanguíneos (com áudio)

A diretora executiva Agência Europeia de Medicamentos reiterou, no entanto, “que os benefícios [da vacina] na preveção da Covid-19 sobrepõem-se aos riscos”, frisando que o risco de morte por Covid-19 continua a ser maior do que pelos potenciais efeitos secundários causados pelo uso desta vacina. Os casos reportados vão ser listados como efeitos colaterais extremamente raros.
7 Abril 2021, 15h09

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) anunciou esta quarta-feira que encontrou uma “possível ligação” entre a vacina da AstraZeneca e os casos “muito raros” de formação de coágulos sanguíneos associada a níveis baixos de plaquetas

O comité de segurança da EMA (PRAC) concluiu que os coágulos sanguíneos fora do comum aliados ao baixo teor de plaquetas devem ser listados como efeitos colaterais muito raros da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca, ou a Vaxzevria.

Em conferência de imprensa, a diretora executiva Emer Cooke reiterou “que os benefícios [da vacina] na preveção da Covid-19 sobrepõem-se aos riscos”, garantindo que o fármaco “provou ser altamente eficaz e tem vindo a salvar vidas.

“A vacinação é extremamente importante no combate à Covid-19”, frisou a responsável, acrescentando que o risco de morte por Covid-19 continua a ser maior do que pelos potenciais efeitos secundários causados pelo uso desta vacina.

O alerta chega na sequência da garantia dada pelo coordenador da Estratégia para as Ameaças de Saúde e Vacinas da EMA, Marco Cavaleri, esta terça-feira, numa entrevista publicada no jornal italiano “Il Messagero”, onde sugeriu existir uma relação entre os dois, alertando, porém, que ainda não se sabe quais são as causas.

O comité de segurança da EMA examinou um total de 62 casos de trombose do seio venoso cerebral e 24 casos de trombose da veia esplâncnica, 18 dos quais foram fatais. Até 4 de abril, foram reportados um total de 169 casos de coágulos sanguíneos e 53 casos de trombose da veia esplâncnica, num universo de 34 milhões de pessoas vacinadas com a vacina anglo-sueca.

“Estes problemas de coagulação são efeitos secundários muito raros”, frisou uma das responsáveis, acrescentando que a EMA não encontrou relação com a idade ou género. Assim como também não identificou associação a outros fatores de risco.

Face às conclusões da investigação, a agência não vai recomendar que não seja usada num grupo específico e aconselha apenas que as pessoas vacinadas se mantenham atentas aos sintomas que podem ser indicadores dos eventos invulgares descritos, nomeadamente, falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, sintomas neurológicos — incluindo dores de cabeça graves e persistentes — e pequenos pontos de sangue por baixo da pele no sítio onde foi dada a injeção.

O parecer chega numa altura em que Marta Temido, ministra da Saúde, convocou uma reunião de emergência, por videoconferência, entre os homólogos europeus para debater as conclusões dos peritos sobre os eventuais riscos associados à vacina AstraZeneca contra a Covid-19.

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