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Renzi alerta para risco de nova “crise de crédito” na Europa

O BCE quer que os bancos da Zona Euro ponham mais dinheiro de parte para que, dentro de dois anos, consigam cobrir o equivalente à totalidade do crédito malparado. Em reação à proposta, a banca italiana tem vindo a cair 2,7%.
6 Outubro 2017, 15h57

O antigo primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, advertiu esta quinta-feira que o Banco Central Europeu (BCE) pode caminhar para uma nova “crise de crédito” se decidir avançar com a proposta de criar provisões para cobrir 100% do crédito malparado num prazo máximo de dois anos. Matteo Renzi alerta que “estamos a cometer os mesmos erros de 2013”, sendo os bancos italianos uns dos principais afetados pela proposta do regulador europeu.

“Alguns dirigentes europeus do setor bancário têm ignorado o seu dever que é EVITAR uma crise de crédito, não CRIÁ-LA”, escreveu o  antigo primeiro-ministro de Itália, na sua conta oficial do Twitter. Cerca de uma hora depois, acrescentava: “Se essas regras passarem, o crédito às pequenas empresas será impossível. Estamos a cometer os mesmos erros que em 2013”.

O último post de Matteo Renzi faz alusão à proposta apresentada da semana passada pelo BCE de pedir aos bancos da Zona Euro para que ponham mais dinheiro de parte para que, dentro de dois anos, consigam colmatar o equivalente à totalidade do crédito malparado. A proposta tem como principal objetivo desincentivar os bancos manterem empréstimos incobráveis.

Em reação à proposta do BCE, as ações dos bancos italianos têm vindo a cair 2,7% ao longo da semana, com os investidores a recearem um retrocesso na ainda frágil recuperação económica.

Ao todo os bancos europeus acumulam milhões de euros em crédito malparado, sendo os bancos italianos, gregos e espanhóis os mais afetados. Em Portugal, de acordo com dados do Banco de Portugal, quase 16% do crédito concedido às empresas estava em situação de incumprimento no final do ano passado.

A medida proposta por Bruxelas vai ser discutida até ao início do mês de dezembro, sendo que o BCE pretende a sua entrada em vigor logo em janeiro do próximo ano.

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