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Reserva Federal mantém taxa de juro inalterada e sinaliza que deverá continuar perto de zero nos próximos três anos

A decisão, que era esperada pelos analistas foi divulgada por comunicado, depois da reunião de dois dias do Federal Open Market Committee (FOMC).
16 Setembro 2020, 19h01

A Reserva Federal (Fed) manteve esta quarta-feira inalterada a taxa de juro diretora no intervalo entre 0% e 0,25%. A decisão, que era esperada pelos analistas , foi divulgada por comunicado depois da reunião de dois dias do Federal Open Market Committee (FOMC).

“O Comité procura atingir o nível máximo de emprego e inflação à taxa de 2% no longo prazo. Com a inflação persistentemente abaixo dessa meta de longo prazo, o Comité terá como objetivo atingir a inflação modernamente acima de 2% durante algum tempo, de modo que a inflação média seja de 2% ao longo do tempo e as expectativas de inflação de longo prazo continuem bem ancoradas em 2%”, refere a Fed, em comunicado, frisando que irá manter uma política acomodatícia até que os resultados sejam alcançados.

A Fed explica que irá manter o intervalo da taxa de juro directora até que “as condições do mercado de trabalho tenham atingido níveis consistentes do Comité de emprego máximo e inflação que subiu para 2% e está a caminho de exceder moderadamente 2% durante algum tempo”.

Segundo o dot plot, a Fed não deverá subir as taxas de juro durante os próximos três anos. Porém, se a decisão foi unânime entre os membros da FOMC para este ano e para 2021, para 2022 um dos membros já prevê uma subida. Apesar do consenso generalizado, entre os 17 membros do Comité, quatro assinalam uma possível subida de juros em 2023.

A 3 de março, a instituição liderada por Jerome Powell cortou a federal funds rate em 50 pontos base (p.b.) para 1%-1,25%, e depois em mais 100 p.b. a 15 de março, explicando que espera manter este intervalo alvo até estar confiante que a economia já ultrapassou os impactos causados pela Covid-19.

Desde essa altura, a Fed anunciou o lançamento de diversos estímulos monetários, com destaque para um programa de compra de ativos sem limite de valor ou tempo e que inclui um leque alargado de securities. Também lançou fundos para as empresas e as famílias, mais operações repo, cooperação internacional e deu apoio aos enormes estímulos orçamentais criados pela administração Trump.

O consenso dos analistas é que a instituição liderada por Jerome Powell conseguiu acalmar os nervos dos investidores, provocando uma recuperação nas bolsas e a estabilização dos mercados obrigacionistas.

As atenções viram-se agora para a conferência de imprensa, às 19h30, na qual Jerome Powell deverá reiterar o apoio aos mercados e à economia, podendo eventualmente dar mais detalhes sobre a nova estratégia em relação à inflação.

A 27 de agosto, a Fed anunciou que “depois dos períodos em que a inflação tem estado persistentemente abaixo dos 2%, política monetária apropriada irá provavelmente visar alcançar [uma taxa de] inflação moderadamente acima dos 2% durante algum tempo”.

Jerome Powell explicou na altura que “as expectativas de longo prazo sobre a inflação poderão ter pressionado a inflação mais do que o antecipado”.

Desde a última revisão da declaração da Fed, em 2012, ano em que foi introduzido o objetivo de atingir a inflação de 2%, o banco central tem sentido dificuldades em concretizá-lo. Segundo a “Reuters”, os mercados financeiros norte-americanos antecipam que a taxa de inflação em dez anos estará em 1,75%.

[Atualizado às 19h22]

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