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Respostas rápidas. Conheça as 10 prioridades de Rui Rio na liderança do PSD

Rui Rio defende um crescimento económico assente nas exportações e no no investimento; um país descentralizado, com “uma melhor e mais rigorosa gestão da despesa pública”.
19 Fevereiro 2018, 12h13

O novo líder do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, enfatizou no discurso de encerramento do 37º Congresso Nacional do partido que há um conjunto de estrangulamentos ao desenvolvimento do país, que urge ultrapassar, lembrando que “Portugal foi grande quando olhou o mundo e reduziu-se quando se fechou a si mesmo”. Defende um crescimento económico assente nas exportações e no no investimento; um país descentralizado, com “uma melhor e mais rigorosa gestão da despesa pública”.

 

Economia:

O novo líder do PSD defende que o motor do crescimento económico “não pode assentar no consumo, nem público, nem privado” e alerta que esse “foi o erro que nos conduziu à recente desgraça financeira”. Rui Rio considera que é preciso investir no conhecimento e na inovação e que, só assim, podermos “aspirar a uma economia mais competitiva” e sair da “cauda da Europa”por sermos um “modelo de mão-de-obra barata”.

Rui Rio diz que o crescimento português se deve ter por base as exportações e o investimento. “O aumento do consumo privado é o objetivo pretendido, ou seja, deve ser a consequência do crescimento e não o seu principal motor”, afirmou.

 

Descentralização:

“Portugal tem de ser todo o seu território, sem exceção”, afirmou Rui Rio, considerando que nos últimos anos temos insistido num “país irracionalmente concentrado e centralizado”. O ex-autarca do Porto considera que a distribuição do rendimento social de forma desigual ao longo do território português tem contribuído para que “alguns vivam melhor, enquanto outros podem estar cada vez mais atrasados e distantes do desenvolvimento”.

O agora dirigente do PSD defende que é preciso “olhar para as franjas mais abandonadas do território, designadamente as do interior” e levanta a possibilidade de virem a ser transferidos alguns serviços (como os serviços ligados às pescas, agricultura e floresta, assim como o Tribunal Constitucional e a Provedoria da Justiça) da capital para outras zonas do país.

“Os países mais desenvolvidos são os que mais descentralizam e menos concentram”, assegura.

 

Gestão da Despesa Pública:

O empossado dirigente do PSD defende ainda uma melhor e mais rigorosa gestão da despesa pública, que deve acompanhar a descentralização. “Quanto mais proximidade na gestão, maior é a capacidade e a competência para se gerir a despesa pública com rigor e com eficácia”, afirmou, notando que, em sentido contrário, o afastamento da gestão, “maior será o desperdício” e as “decisões mal tomadas, por ignorância e desconhecimento da realidade”.

Rui Rio criticou ainda a administração pública, responsabilizando-a por ter trazido a dívida pública para um patamar perto dos 130% do PIB. “Temos que encontrar soluções que nos garantam mais eficácia, mais controlo financeiro, regras mais apertadas e maior aproximação do decisor ao problema”, indicou.

 

Combate à pobreza:

Rui Rio afirmou também que durante a sua liderança vai estar empenhado na luta estruturada contra a pobreza, indicando que um partido social-democrata tem o seu foco de ação na classe média. “Quanto maior e mais robusta ela [classe média] for, menos pobreza teremos e melhor viverá a maioria dos portugueses”, defendeu.

Com tal, Rui Rio quer apostar no reforço da qualidade e do nível de vida dos portugueses, assumindo que isso deve ser feito “com a sabedoria, a prudência e o respeito que as pessoas nos merecem”. O ex-autarca do Porto indicou que é necessário traçar metas ambiciosas em relação à criação de riqueza no país, mas sublinhou que é igualmente importante que se proceda a uma divisão do capital mais justa.

 

Natalidade: 

A par com o apoio à terceira idade, foi uma das questões consideradas prioritárias para o novo líder do PSD. “Se não adotarmos medidas urgentes e eficazes, estaremos a legar um pesado fardo para as gerações mais novas”, salientou Rio Rio, lembrando que hoje nascem pouco mais de 80 mil crianças por ano.

O novo líder social-democrata diz que é preciso “identificar e sistematizar as principais razões pelas quais os casais têm poucos filhos e consensualizar um conjunto de medidas drásticas e duradouras no tempo, de molde a se produzir o choque cultural que temos de conseguir”. Rui Rio nota que esta questão não pode ser dissociada do combate à desertificação, tendo em conta que a fraca natalidade é sobretudo preocupante nas regiões do interior do país.

 

Apoio à terceira idade: 

A questão demográfica tem degradado a relação entre ativos e inativos na sociedade portuguesa, colocando sérios desafios à terceira idade, defendeu Rui Rio. “Se o aumento da longevidade é um aspeto positivo da nossa sociedade, temos de ser capazes de lhe dar uma resposta social adequada”, afirmou.

Neste sentido, Rui Rio acredita que é preciso dar resposta à evolução cultural e “criar soluções capazes de combater a solidão e promover um envelhecimento ativo e saudável”. O ex-autarca considera que o conhecimento das gerações mais velhas não são dispensáveis e é preciso trabalhar para uma maior integração destas na comunidade.

 

Segurança Social:

“No espaço de uma geração teremos, para cada idoso, apenas um trabalhador e meio no ativo, e teremos três idosos para cada jovem”, notou o sucessor de Pedro Passos Coelho, alertando que esta situação já está a exercer uma grande pressão sobre a Segurança Social. Rui Rio nota que o valor de dívida do sistema de pensões atingiu valores muito elevados em termos de percentagem do PIB.

Rui Rio considera que a Taxa Social Única (TSU) é muito elevada e “pouco ajuda à criação de emprego” e as receitas provenientes deste encargo aos trabalhadores “não são suficientes para financiar todas as despesas”. “Impõe-se, por isso, uma reforma que confira justiça, racionalidade económica e sustentabilidade à nossa Segurança Social”, defendeu.

 

Saúde:

A área da saúde é para Rui Rio, a área que em que o Governo mais tem falhado. “Não podemos aceitar este empobrecimento a que temos vindo a assistir (…) Temos de ter um serviço de saúde de qualidade, porque ele tem de ser parte integrante do Estado Social que formos capazes de construir e que queremos manter e melhorar”, anunciou.

Para isso, o novo líder do PSD diz que “tem de haver investimento no apetrechamento humano, nos equipamentos e na sensibilização da população em termos de cuidados de saúde”. Rui Rio defende também o reforço da capacidade de resposta da rede nacional de cuidados integrados e da rede de cuidados paliativos e, quando possível, criar condições para que os doentes sejam tratados em casa.

 

Educação:

Rui Rio considera que o atual Governo socialista tem vindo a reverter alguns dos avanços significativos  do país, na área da educação e acredita que o PSD “é capaz de fazer diferente”. O social-democrata critica o desinvestimento do Governo e as alterações que quis implementar à força e que geraram o caos nas escolas.

Como propostas para este setor, Rui Rio elenca a necessidade de “melhorar as escolas e as condições de ensino e aprendizagem para que todos tenham direito ao sucesso educativo e a oportunidades de ascensão social”. Ao mesmo tempo, indica que é preciso “dignificar o papel dos professores através da formação inicial mais exigente e de uma profissionalização mais rigorosa”.

 

 

Defesa Nacional e Justiça:

Estas são para Rui Rio as áreas em que o Governo “tem vindo a acumular deficiências”. O novo dirigente do “partido laranja” diz que, se na Justiça o descontentamento dos portugueses é evidente desde há vários anos, na área da Segurança e Defesa Nacional, os fogos florestais vieram colocar-se no topo da agenda recentemente.

“Precisamos de um Estado forte e organizado que liberte e proteja os cidadãos”, afirmou Rui Rio. “O Estado é forte quando liberta, o mais possível, o cidadão do seu jugo e, quando possível, o defende e protege.

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