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Ricardo Salgado vai ter protestos à porta de casa. São os lesados do BES

Cerca de 50 lesados do Banco Espírito Santo, concentrados hoje no Porto, ameaçam novos protestos junto à casa do ex-presidente, Ricardo Salgado, do ex-Presidente da República, Cavaco Silva, e do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
  • Rafael Marchante/Reuters
3 Novembro 2017, 15h55

Fernando Silva, promotor da manifestação em frente às instalações do Novo Banco e do Banco de Portugal, na Avenida dos Aliados, afirmou à Lusa que a recuperação do dinheiro só será “conseguida nas ruas” dada a “desunião” que reina entre os lesados.

Comerciantes e emigrantes lesados do Banco Espírito Santo (BES) concentraram-se para exigir a devolução imediata dos valores que dizem ter em dívida há mais de três anos.

Acusando os advogados e as associações de lesados de “não terem informado os aderentes” de uma provisão de 1.837 milhões de euros para “pagar a todos os lesados” que, entretanto, “desapareceu”, o antigo emigrante na Suíça, natural de Espinho, apelou à união dos lesados para o combate nas ruas.

“Este assunto vai ser resolvido nas ruas, apesar de haver muitos que estão sentados em casa, em Espinho e Vila Nova de Gaia. Apelamos a todos os lesados para que se unam a nós, que sejam presentes”, disse Fernando Silva.

No plano de ação estão protestos à porta do líder histórico do BES, Ricardo Salgado, de Cavaco Silva, do ex-primeiro-ministro Passos Coelho e de Carlos Costa.

Ruidoso na forma como manifestou o seu descontentamento, Manuel Leite confessou “não ter vida” e que através do advogado ainda não conseguiu reaver nenhum dinheiro.

Emigrante 30 anos na Suíça e natural de Vale de Cambra, acusou os “que ficam no sofá à espera que resolvam por eles”.

De Aveiro e com um cartaz na mão, Maria Leite disse à Lusa já ter “dado 6.000 euros ao advogado” para tentar recuperar o dinheiro que o banco lhe “roubou”.

“Se não for eu a receber o meu dinheiro, serão os meus herdeiros a fazê-lo. Será até ao último centavo e com juros garantidos”, prometeu.

O BES, tal como era conhecido, acabou em 03 de agosto de 2014, quatro dias depois de apresentar um prejuízo semestral histórico de 3,6 mil milhões de euros.

O Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num ‘banco bom’, denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos no BES, o ‘banco mau’ (‘bad bank’), sem licença bancária.

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