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RIR, PDR e Nós, Cidadãos anunciam coligação Alternativa Democrática para as autárquicas de 2021

Partido de Vitorino Silva, mais conhecido por “Tino de Rans”, integra uma coligação que se apresenta como a resposta a uma conjuntura em que PS e PSD “tentam reduzir cada vez mais a possibilidade dos restantes partidos e até dos cidadãos se fazerem ouvir”.
  • “Não tenho dúvidas de que nestas eleições o RIR vai ser o ‘tomba gigantes’. É preciso um ‘tomba gigantes’. É preciso fazer com que os grandes desçam à terra, porque a terra é o que o dá equilíbrio.”
6 Outubro 2020, 10h54

O RIR (Reagir-Incluir-Reciclar), o Partido Democrático Republicano (PDR) e o Nós, Cidadãos anunciaram que vão constituir a coligação Alternativa Democrática para as eleições autárquicas que se realizarão em setembro ou outubro de 2021. O acordo foi assinado na segunda-feira, englobando também o Movimento Democracia 21, o Movimento Mais e os independentes António Ribeiro e Carlos Medeiros, mas a organização garante que “outros estão ainda a discutir internamente a adesão a esta coligação”.

Os três partidos tiveram menos de 60 mil votos nas legislativas de 2019, mais de metade dos quais obtidos pelo RIR, partido fundado e presidido pelo ex-socialista Vitorino Silva, conhecido pela alcunha “Tino de Rans”, que nas últimas eleições presidenciais foi o quinto mais votado, com 152.094 votos, obtendo 3,28% do total, tendo anunciado que voltará a candidatar-se em janeiro de 2021.  O Nós, Cidadãos teve apenas 12.379 votos nas legislativas (0,24%), ainda assim mais do que os 11.761 (0,22%) do PDR, que deixou de ser liderado pelo ex-eurodeputado Marinho e Pinto, substituído por Bruno Fialho, o qual também tem a intenção de se candidatar à Presidência da República. Por seu lado, o Movimento Democracia 21 integrou a coligação Basta nas eleições para o Parlamento Europeu, também realizadas no ano passado, ao lado do PPM, do PPV e do Chega, sem conseguir eleger o cabeça de lista André Ventura.

A Alternativa Democrática  é apresentada pelos seus promotores como a resposta a “uma crise de confiança política e institucional sem precedentes”, na qual os partidos sem representação parlamentar e movimentos políticos se debatem com obstáculos que incluem “o tempo de antena reduzido ou nulo” e a “fraca capacidade económica na realização das campanhas eleitorais”. Mas também num contexto em que os partidos que têm assento na Assembleia da República “tentam reduzir cada vez mais a possibilidade dos restantes partidos e até dos cidadãos se fazerem ouvir”, apontando como exemplo disso a aprovação pelo PS e PSD de um decreto-lei que “tenta aniquilar o direito aos GCE (Grupos de Cidadãos Eleitores) de apresentarem uma candidatura às eleições autárquicas”.

Segundo um comunicado, dentro em breve serão divulgados o manifesto, o programa político e os corpos dirigentes  da coligação, que tem a mesma sigla da Aliança Democrática, formada pelo PSD, CDS, PPM e renovadores, que em 1979 levou o centro-direita ao poder, sob a liderança de Francisco Sá Carneiro.

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