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Risco político em 2018: Portugal entre os 27 países com melhor índice

Na Europa, as negociações do Reino Unido para sair da União Europeia continuam a emergir sobre o cenário de risco político.
1 Março 2018, 09h00

O risco político continuará a ser uma das maiores preocupações para as empresas em 2018, impulsionado por eventos como a crise dos mísseis da Coreia do Norte, negociações ainda a decorrer sobre o Brexit e o protecionismo do comércio. Esta é uma das principais conclusões do estudo da Marsh, especialista mundial em corretagem de seguros e soluções inovadoras em gestão de risco.

O “Mapa de Risco Político 2018” da Marsh baseia-se em dados da BMI Research, uma importante fonte de análise independente de riscos político, macroeconómico, financeiro e sectorial. Este mapa interativo avalia os países com base na estabilidade política e económica e dá uma visão de onde os riscos serão mais prováveis de emergir. O mapa pode ser usado para ajudar as empresas a tomar decisões mais informadas sobre como implementar os seus recursos financeiros no próximo ano.

No que a Portugal diz respeito, o estudo revela que o nosso país volta a melhorar o seu índice de risco de país, passando de 68,5 em 2017 para 71 em 2018, fazendo agora parte dos 27 países com melhor índice. Sobre este resultado, Fernando Chaves, Especialista de Risco da Marsh Portugal, afirma ao Jornal Económico que se prende com o facto de as empresas portuguesas estarem a apostar em mercados fora da União Europeia. “Em países e projetos de alguma envergadura mas onde o montante investido e os prazos de retorno de investimento as expõem de forma considerável”, reforça.

O responsável dá ainda nota de que a Marsh verificou nos últimos anos um aumento do interesse pela cobertura dos riscos políticos, seja de forma directa por parte das empresas, seja indirectamente pela necessidade das entidades financiadoras. “Em simultâneo, também os seguradores estão menos recetivos à aceitação de operações em países cujo risco é eminente ou onde já se verificaram situações graves, pelo que a antecipação do risco é fundamental”, conclui.

De entre as principais conclusões importa ainda destacar que vários países da América Latina, como o Brasil, a Colômbia, o México, o Paraguai e a Venezuela, irão realizar em 2018 eleições presidenciais e legislativas, levando a uma deterioração nas pontuações de risco político de curto prazo.

Por outro lado, a pontuação de risco político para a região africana registou grandes melhorias em 2018, embora a incerteza em torno de eleições e sucessões tenha levado a um aumento acentuado do risco político no Quénia, no Gabão e na Costa do Marfim.

Uma outra perspetiva a ter em conta prende-se com o facto de o risco de um maior protecionismo ao comércio global ser uma ameaça crescente. Os gigantes do comércio, como os EUA, “vão provavelmente procurar restrições adicionais em 2018, após um abrandamento em tais medidas, implementadas em 2017”, salienta o estudo.

Por último, na Europa, as negociações do Reino Unido para sair da União Europeia continuam a emergir sobre o cenário de risco político. Também em Espanha, a instabilidade política persiste e, em Itália, após as eleições gerais de março, aumentam as preocupações com o surgimento de partidos antissistemas e eurocéticos.

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