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Rua de Santa Catarina continua a ser aquela por onde passam mais pessoas

Principal artéria comercial do Porto continua a estar à frente da rua Augusta e da rua Garret, em Lisboa. E o tráfego aumentou 20% numa década.
28 Junho 2017, 15h00

A rua de Santa Catarina, no Porto, continua a ser a artéria portuguesa onde passa um maior número de pessoas a pé, segundo o estudo “Comércio de Rua em Lisboa e Porto”, elaborado pela consultora imobiliária CBRE, ficando à frente da rua Augusta e da rua Garrett, ambas em Lisboa.

Aquela que é a principal via comercial da Invicta tem uma extensão de 1.500 metros e um tráfego pedonal médio de 4.200 pessoas por hora, nos períodos de maior intensidade, segundo o estudo da CBRE, que tem por base uma análise do tráfego pedonal nas principais artérias de comércio em Portugal, nomeadamente em Lisboa – avenida da Liberdade, rua Garrett e rua Augusta – e no Porto – rua de Santa Catarina, rua dos Clérigos e avenida dos Aliados.
Santa Catarina mantém a liderança face ao estudo realizado em 2007, mas regista um aumento de 20% no tráfego.
Em Lisboa, a artéria com maior tráfego registado é a rua Augusta, na baixa pombalina, com uma média de 3.600 pessoas por hora, no período de maior intensidade de tráfego.

Rua Augusta ultrapassa rua Garrett

Face ao estudo de há dez anos, regista-se uma alteração no ranking da capital portuguesa: a rua Augusta destronou a rua Garrett como a via mais movimentada de Lisboa, subindo ao segundo lugar da lista nacional. Registou também um crescimento significativo, de 45% face à contagem feita na década passada.

A rua Garrett, no lisboeta Chiado, passou, assim, a ser a segunda rua com maior tráfego pedonal de Lisboa e a terceira no país, com aproximadamente 3.100 pessoas por hora, na hora de maior tráfego. E também aqui se registou um aumento face aos valores de 2007, mas foi o passo mais lento na evolução, entre as artérias analisadas, com apenas 15%. Note-se que há dez anos esta era já uma rua muito consolidada, em termos de comércio, e onde os efeitos da alteração da lei do arrendamento e da reabilitação de edifícios foram menos sentidos.

A lisboeta avenida da Liberdade foi a artéria que registou o menor fluxo pedonal, entre as artérias analisadas, com uma média de apenas 1.600 pessoas por hora. No entanto, foi aquela que registou o maior acréscimo em relação ao ano de 2007, com um aumento de cerca de 80%.

Lojas de prestígio influenciam tráfego

O estudo da CBRE revela que, para esta alteração, terá contribuído certamente o crescimento do turismo e a abertura de um número significativo de lojas – mais de 70 – na última década. “Muitas destes estabelecimentos da avenida da Liberdade são de marcas de prestígio internacional, como a Prada, Gucci, Miu Miu, Officine Panerai, A. Lange & Sohne, Cartier, COS, Hackett, Bvlgari e Versace, entre outras, presentes em Portugal exclusivamente nesta avenida”, salienta o relatório.

Aliás, a localização de lojas de prestígio é um dos fatores que mais pode influir no tráfego pedonal nas vias citadinas. Cristina Arouca, diretora de Research da CBRE, avança uma explicação para os números apresentados e para a diferença entre Lisboa e Porto ao afirmar que, “no Porto, as lojas de moda e acessórios de insígnias internacionais encontram-se concentradas predominantemente na rua de Santa Catarina, ao contrário da capital portuguesa, onde as marcas internacionais estão presentes em maior escala em três localizações – Baixa, Chiado e Av. Liberdade – e que se pode traduzir numa maior dispersão do tráfego pedonal”.

Além do estudo sobre o tráfego pedonal nas artérias das cidades, a consultora também tem realizado análises semelhantes para centros comerciais.

“Perceber como é que as pessoas circulam nas principais ruas de comércio do país é muito interessante para os retalhistas, que podem tomar decisões quanto às suas lojas, com informação muito relevante”, explica Cristina Arouca.

Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.

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