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Rui Rio admite estar inclinado para coligação pré-eleitoral com o CDS-PP

Líder social-democrata disse, em entrevista à Antena 1, que não negociaria com os centristas com base nas sondagens que chegam a atribuir-lhes apenas 1%. E garantiu que uma eventual derrota nas legislativas não implica necessariamente que abandone a presidência do PSD.
  • Rui Rio com Francisco Rodrigues dos Santos
15 Novembro 2021, 11h06

O atual presidente do PSD, Rui Rio, disse nesta manhã de segunda-feira, em entrevista à Antena 1, que “tendencialmente estaria mais para sim do que para não” no que toca a uma coligação pré-eleitoral com o CDS-PP para as legislativas de 30 de janeiro de 2022.

Admitindo que essa questão é dificultada pela disputa eleitoral interna que o opõe a Paulo Rangel e a Nuno Miguel Henriques, com as diretas para a liderança social-democrata marcadas para 27 de novembro, Rio elogiou o homólogo centrista Francisco Rodrigues dos Santos, com quem negociou coligações autárquicas que resultaram na conquista de câmaras municipais como Lisboa e Coimbra, descrevendo-o como “uma pessoa pela qual tenho simpatia pessoal”.

Algo tanto mais importante quanto o atual presidente do PSD realçou que “o relacionamento dos líderes e respetivas entourages é necessário para as coligações correrem bem”.

Rui Rio disse ainda que, a realizar-se a coligação pré-eleitoral, não irá negociar com o CDS-PP com base nos resultados das sondagens, das quais se mostrou muito crítico logo no início da entrevista, defendendo que algumas são “encomendadas” e outras “mal feitas”. Até porque, mesmo reconhecendo que os centristas não atravessam um momento fácil, duvida que esse partido represente apenas 1% do eleitorado.

Derrota nas legislativas não implica saída da liderança

Sobre os cenários pós-eleitorais, Rio voltou a dizer que admite integrar elementos do CDS-PP e da Iniciativa Liberal num futuro executivo liderado por si, admitindo que conquistar maioria absoluta nas legislativas é muito difícil, “sobretudo com o PSD envolvido em guerrilhas internas”. Mas excluiu igual disponibilidade para com o Chega, defendendo que “o problema está resolvido” por André Ventura ter feito a exigência de determinadas pastas ministeriais.

Disse também esperar que o PS esteja disponível para viabilizar um governo liderado por si caso vença as legislativas, preconizando um acordo parlamentar vigente durante pelo menos metade da legislatura. Seria, em sua opinião, a oportunidade para implementar as “reformas de fundo de que o país precisa”, nomeadamente quanto à Justiça, ao sistema eleitoral e à reforma fiscal, oferecendo a mesma reciprocidade aos socialistas.

Na entrevista à Antena 1 também ficou claro que caso venha a perder as legislativas não é garantido que Rui Rio abandone a presidência do PSD. “Isso vai depender de muitos fatores”, disse o atual líder social-democrata, defendendo que “não faz sentido nenhum” voltar a realizar diretas para a liderança poucos meses após o confronto eleitoral que o irá opor a Paulo Rangel e Nuno Miguel Henriques.

Quanto à maior ou menor dificuldade que terá em derrotar Paulo Rangel nas diretas, depois de o ter feito a Pedro Santana Lopes em 2018 e a Luís Montenegro (e Miguel Pinto Luz) em 2020, Rui Rio disse que os apoiantes do eurodeputado são “pessoas que só estão a pensar nas listas de deputados”, admitindo ainda assim que “não é isso o que move” o seu adversário interno.

Caso Paulo Rangel sair vencedor das dioretas de 27 de novembro, que poderão ter uma segunda volta na semana seguinte, Rui Rio garantiu que irá “ficar calado” e votará no PSD. Apesar de manter que o eurodeputado não estará preparado para ser primeiro-ministro se as legislativas ditaram o regresso dos sociais-democratas ao poder. “Ninguém entre os dez milhões de portugueses estará preparado para fazer um bom trabalho desde o primeiro dia”, defendeu, contrapondo a sua experiência e os “quilos de ideias” para o futuro do partido produzidos pelo Conselho Estratégico Nacional do PSD.

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