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Rui Rio classifica projeto de Governo para o hidrogénio como “extremamente perigoso”

“Não temos condições para aventuras, nem para ideias megalómanas”, disse o líder do PSD, comparando o investimento de sete mil milhões de euros previsto pelo Governo com os nove mil milhões que a Alemanha vai gastar. E disse temer que volte a haver rendas excessivas, desta vez no hidrogénio.
  • Flickr/PSD
24 Julho 2020, 11h33

O presidente do PSD, Rui Rio, usou a sua intervenção durante o debate sobre o Estado da Nação, nesta sexta-feira, 24 de julho, para comentar a proposta do Governo para a produção de hidrogénio. “O projeto que o Governo lançou, e considero extremamente perigoso, anunciou a estratégia nacional para o hidrogénio, uma fonte de energia com futuro, mas tecnologicamente ainda muito atrasada”, considerou.

“Os custos de produção em hidrogénio vão reduzir, segundo as estimativas que se fazem, 60% nos próximos dez anos e nos próximos 10 anos o Governo anuncia que quer investimentos de sete mil milhões de euros”, apontou o presidente e líder do grupo parlamentar do PSD. “Comparam os sete mil milhões de euros com os nove mil milhões de euros que a  Alemanha prevê, ou seja, a Alemanha que tem um PIB seis vezes superior a Portugal fica-se pelos nove mil milhões e o Governo quer sete mil milhões”, acrescentou.

Rio assegurou que receia que ” tenhamos pela frente mais um episódio de rendas garantidas, agora para o hidrogénio”.

Sobre a o dinheiro investido em hidrogénio, Rui Rio apontou também que “nesses sete mil milhões o governo quer concentrar a fatia de leão em Sines”. “Será em Sines porque este negocio interessa mais à EDP do que aos portugueses?”, perguntou a António Costa.

“Não temos condições para aventuras , nem para ideias megalómanas e a coisa ainda pode ser pior se o Governo vier a fazer aquilo que eu suspeito, que é fazer novos leilões para rendas garantidas, outra vez para a energia renovável, agora, com a desculpa que é para produzir hidrogénio”, alertou o líder do partido social democrata.

Em resposta ao líder do maior partido da oposição, o primeiro-ministro garantiu que Portugal quer “ter uma posição liderante” na produção de hidrogénio. “O hidrogénio verde é uma mais-valia”, assegurou António Costa, recordando que Portugal dispõe dos dois recursos fundamentais para ser um grande produtor, “água abundante no mar e energia solar particularmente barata”.

 

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