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Rui Rio: perfil do político que poupa todos os meses uma parte do salário

O interesse pela política surgiu após a Revolução de Abril. Austero e calculista, o presidente do PSD gosta de uma personagem da Disney: o Tio Patinhas.
21 Abril 2018, 19h30

Há alguns anos, já depois de ter deixado a presidência da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio teve de viajar do Porto para Lisboa. A meio do caminho parou numa bomba de gasolina, abasteceu o automóvel e foi dar uma vista de olhos pelos jornais e revistas. No entanto, foram umas miniaturas de uns bonecos da Disney que lhe chamaram a atenção: o líder do PSD acabou por comprar um bonequinho do Tio Patinhas.

Esta é uma das personagens preferidas de Rio. Aliás, desde que começou a carreira profissional, na década de 80, que tem por hábito poupar uma parte do salário. Todos os meses tenta gastar menos do que aquilo que recebe. Na direção de mercado de capitais do BCP aprendeu também a gerir o seu património financeiro: está bastante atento aos juros, às rendibilidades ou ao comportamento das ações.

Rui Fernando da Silva Rio nasceu no Porto, a 6 de agosto de 1957. Durante a adolescência estudou no Colégio Alemão do Porto, o que terá moldado uma personalidade mais exigente e austera. Mais tarde licenciou-se em Economia na Universidade do Porto.

O interesse pela política surgiu cedo. Logo após a revolução de 25 de Abril de 1974 aderiu à Juventude Social Democrata (JSD) e em 1981 foi eleito, pela primeira vez, para a presidência da Associação de Estudantes da Faculdade de Economia. Foi vice-presidente da Comissão Política Nacional da JSD entre 1982 e 1984. Na década de 1990, Rio passou a fazer política no campeonato dos graúdos. Foi eleito deputado (pelo círculo do Porto) à Assembleia da República em 1991, onde permaneceu durante dez anos. Nesse período chegou a ser vice-presidente do grupo parlamentar e porta-voz para os assuntos económicos. Entre 1996 e 1997 assumiu o cargo de secretário-geral do PSD, quando o líder do partido era Marcelo Rebelo de Sousa, o atual Presidente da República.

Enquanto foi secretário-geral do PSD, Rio disputou várias batalhas internas por causa do processo de refiliação de militantes que implementou. Terá então gerado muitos anticorpos no aparelho do partido que ainda hoje se fazem sentir, na forma de desconfiança perante alguém que chegou a propor a colocação de um relógio de ponto na sede do partido para controlar as entradas e saídas dos funcionários.

Em 2001, contra todas as sondagens (que conferiam um grande favoritismo a Fernando Gomes, do PS), conquistou a presidência da Câmara Municipal do Porto (CMP). Exerceu três mandatos na CMP, sempre em coligação com o CDS-PP, até ao ano de 2013. Também foi vice-presidente do PSD em duas ocasiões: a primeira, entre 2002 e 2005, quando o partido era liderado por Durão Barroso e depois por Pedro Santana Lopes; a segunda, entre 2008 e 2011, durante a presidência de Manuela Ferreira Leite.

Ao nível profissional, iniciou a sua atividade na indústria têxtil. Posteriormente foi quadro do Banco Comercial Português e diretor e vogal do Conselho Fiscal da Caixa Geral de Depósitos. Após a cessação de funções na CMP, voltou ao setor privado, tendo assumido funções na Boyden – Executive Search e na Neves de Almeida HR Consulting, empresas de gestão de recursos humanos.

Foi desportista, praticou atletismo e hóquei em patins. Gosta de correr nas férias e anda de bicicleta ao domingo de manhã.

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