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Sai Javid e entra Rishi Sunak. Governo britânico já tem novo ministro das Finanças

De acordo com a imprensa britânica, Sunak era já o preferido na porta 10 de Downing Street para assumir a pasta. O braço direito de Javid vai agora assumir o cargo, menos de cinco anos depois de ter entrado no parlamento do Reino Unido pela primeira vez.
13 Fevereiro 2020, 18h04

O ministro das Finanças Sajid Javid apresentou a demissão esta quinta-feira, 13 de fevereiro, após sete meses no cargo e mas o governo de Boris Johnson já encontrou substituto para o lugar. Trata-se de Rishi Sunak, que até à data atuava como secretário de Estado do Ministro das Finanças, segundo avança o ‘The Guardian’.

Javid renunciou repentinamente ao cargo depois do primeiro-ministro britânico lhe ter pedido para demitir todos os seus assessores, para que assumisse a pasta do Tesouro na totalidade. O jornal britânico aponta ainda que Sajid Javid voltou ainda a colidir com o conselheiro de Boris Johnson, Dominic Cummings, numa questão de restrições de gastos.

De acordo com a imprensa britânica, Sunak era já o preferido na porta 10 de Downing Street para assumir a pasta. O braço direito de Javid vai agora assumir o cargo, menos de cinco anos depois de ter entrado no parlamento do Reino Unido pela primeira vez.

Fontes próximas de Sajid Javid afirmam que este recusou o cargo de chanceler das Finanças porque Boris Johnson lhe disse que tinha de despedir todos os seus conselheiros para os substituir por outros conselheiros especiais, sendo o objetivo final um conjunto de assessores com o primeiro-ministro. “Este disse-lhe que nenhum outro ministro que se preze aceitaria esses termos”, explicaram as fontes ao ‘The Guardian’.

De relembrar que as primeiras discussões entre Sajid Javid e o gabinete de Johnson surgiram quando a assessora Sonia Khan foi despedida em setembro, sem aviso prévio, por Dominic Cummings, que ordenou que lhe fosse retirado o telemóvel e que fosse escoltada pela polícia até ao portão dos edifícios do governo.

Segundo a imprensa britânica, Downing Street apontou que Sunak, Robert Jenrick e Oliver Dowden eram o tipo de ministros não visíveis e “focados na entrega” que o primeiro-ministro precisa e quer recompensar.

Das mudanças conhecidas, sabe-se que as ministras da Economia, Andrea Leadsom, Ambiente, Theresa Villiers, e Habitação, Esther McVey, todas destacadas eurocéticas, foram demitidas. Entre os que ficam estão Dominic Raab, ministro dos Negócios Estrangeiros, Jacob Rees-Mogg, ministro dos Assuntos Parlamentares, Priti Patel, ministra do Interior, três destacados eurocéticos, e Michael Gove, chanceler do Ducado de Lancaster e ministro do Conselho de Ministros.

Quem é Rishi Sundak?

Rishi Sundak subiu esta quinta-feira a ministro das Finanças, e tornou-se deputado conservador em 2015, tendo menos de cinco anos de experiência na política.

Os pais, de origem indiana, migraram do leste de África para o Reino Unido ainda antes de Sundak nascer, uma vez que o novo ministro é a primeira geração da família já nascida em Inglaterra. O pai era clínico geral e a mãe trabalhava em farmacêutica.

Sundak nasceu em Southampton, em Hampshire, a 12 de maio de 1980, subindo ao cargo atual com 39 anos de idade. Estudou Filosofia, Política e Economia na Universidade de Oxford, além de ter tirado um mestrado na Universidade de Stanford. Antes de ingressar na política, trabalhou no banco de investimentos Goldman Sachs e num fundo de investimento livre, tendo depois cofundado uma empresa de investimentos.

O novo ministro é casado com Akshata Murthy, filha do multimilionário indiano e cofundadora  da empresa de serviços informáticos Infosys.

Votou no acordo do Brexit de Theresa May, nas três ocasiões, e foi um dos primeiros apoiantes de Boris Johnson, fazendo várias aparições na imprensa, demonstrando o seu apoio. Em julho de 2019, Sunak foi escolhido por Johnson como secretário-chefe das Finanças, depois de ser sub-secretário parlamentar no Ministério da Habitação, Comunidades e Governo Local, entre janeiro de 2018 a julho de 2019.

Para muitos políticos, Sunak é visto como uma estrela em ascensão nos conservadores, contando com o apoio de pessoas como o ex-líder do Partido Conservador Lord Hague, que descreveu Sunak como um “indivíduo excepcional”.

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