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Salário médio dos portugueses cai 4,6% por causa da inflação (com áudio)

As remunerações subiram no segundo trimestre, mas a inflação “comeu” esse aumento. Em termos reais, o salário médio diminuiu 4,6%, indica o INE esta quinta-feira.
11 Agosto 2022, 10h25

Entre abril e junho, a remuneração média dos trabalhadores portugueses aumentou mais de 3%, o que corresponde a uma aceleração, mas a inflação “comeu” essa subida. De acordo com o destaque publicado esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas, em termos reais, os salários caíram 4,6%, no segundo trimestre do ano.

“A remuneração bruta total média por trabalhador aumentou 3,1%, no trimestre terminado em junho, em relação ao mesmo período de 2021, para 1.439 euros. Em termos reais, tendo como referência a variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC), a remuneração bruta total média média diminuiu 4,6%”, avança o gabinete de estatísticas. De notar que em junho o IPC verificou uma subida de 8%, na segunda metade do primeiro trimestre.

Em maior detalhe, no segundo trimestre do ano, a componente regular da remuneração média dos portugueses (que exclui os subsídios de Natal e férias) e a componente base subiram 2,5% para 1.139 euros e 1.069 euros, respetivamente, mas em termos reais caíram 5,1%, refletindo o peso da escalada dos preços nos rendimentos dos portugueses.

O Governo anunciou que em setembro avançará com um novo pacote de medidas de apoio, face à inflação galopante, no qual poderá constar, por exemplo, um novo aumento das pensões. Essa medida está a ser ponderada, mas ainda não é certo se e como avançará.

Esta quinta, o INE acrescenta que, face ao mesmo período de 2021, os maiores aumentos da remuneração total foram observados nas atividades de eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio (21,2%), nas empresas de 1 a 4 trabalhadores (6,5%), no setor privado (4,4%) e nas empresas de serviços de alta tecnologia com forte intensidade de conhecimento (6,1%).

“Não foram observadas variações negativas da remuneração total, tendo as menores variações homólogas sido observadas nas atividades de Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória (0,1%), nas empresas com 250 a 499 trabalhadores (0,1%), no setor das Administrações Públicas (1,4%) e nas empresas de outros serviços com forte intensidade de conhecimento (1,3%)”, sublinha o INE.

Estes resultados dizem respeito aos 4,4 milhões de postos de trabalho registados na Segurança Social e na Caixa Geral de Aposentações.

(Notícia atualizada às 11h45)

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