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Salgado emprestou 463 milhões de euros sem garantias a empresa da família Espírito Santo

As concessões terão acontecido sem que houvesse qualquer garantia que salvaguardasse o risco do BES, e até hoje ainda não foram recuperadas, avança o jornal ‘Correio da Manhã’.
  • Rafael Marchante/Reuters
10 Novembro 2017, 10h57

O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, permitiu a concessão de créditos de 463 milhões de euros à sociedade do grupo, Espírito Santo Financière (ESFIL). As concessões terão acontecido sem que houvesse qualquer garantia que salvaguardasse o risco do BES, que até hoje ainda não foram recuperados, avança o jornal ‘Correio da Manhã’.

A dívida da ESFIL ao BES foi avançado pela Comissão Liquidatária do BES que indica que o valor total “decorrente das operações de MMI [Mercado Monetário Interbancário] em euros realizadas entre 26/06/2014 e 18/07/2014, ascendeu a 463 milhões de euros”.

O último crédito concedido à ESFIL pelo BES terá acontecido no dia em que Ricardo Salgado viria a abandonar definitivamente a liderança do banco, a 14 de junho de 2014 e terá ascendido a 10 milhões de dólares (8,6 milhões de euros). A ESFIL era, por seu turno, detida a 100% pelo Espírito Santo Finantial Group (ESFG).

No parecer apresentado, a Comissão Liquidatária do BES indica ainda que “a evolução da exposição do BES à ESFIL era do conhecimento dos requeridos [Ricardo Salgado e Amílcar Morais Pires]” e ambos já tinham conhecimento das dificuldades financeira do grupo Espírito Santo desde 2013. Ainda assim o banco avançou com o constante financiamento às empresas da ESFG, em particular da ESFIL “sem contemplar a constituição de garantias que salvaguardassem a exposição creditícia do BES”.

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