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Salsa quer duplicar peso do online em cinco anos para quase metade das vendas

Apesar do “terreno incerto” e da consciência de que “este é um ano com um comportamento enviesado, que poderá consolidar mudanças de comportamento no futuro”, José António Ramos prevê que “o digital fechará, provavelmente, acima dos 20% em 2020″.
  • Primeira loja da Salsa em Espanha, na Gran Vía
3 Outubro 2020, 10h01

A marca portuguesa de ‘jeanswear’ Salsa quer duplicar em cinco anos o peso do negócio ‘online’, para 40 a 45% da faturação, disse à Lusa o presidente executivo.

Detida na totalidade pelo grupo Sonae – que em abril passado anunciou a aquisição dos 50% da Salsa que ainda não detinha, após ter comprado os primeiros 50% à família Vila Nova em maio de 2016 – a empresa aponta como “prioridade o canal digital” e pretende manter a aposta no crescimento das vendas ‘online’, que em 2019 superaram a meta de 15% dos 205 milhões de euros de faturação.

“A previsão para 2020 é difícil, principalmente porque o padrão de comparação não é semelhante ao dos restantes anos”, admitiu o presidente executivo, José António Ramos, em entrevista à agência Lusa.

Segundo recordou, “com o lockdown e as lojas fechadas durante três meses, o digital representou 100% do volume total de vendas” da empresa nesse período.

Apesar do “terreno incerto” e da consciência de que “este é um ano com um comportamento enviesado, que poderá consolidar mudanças de comportamento no futuro”, José António Ramos prevê que “o digital fechará, provavelmente, acima dos 20% em 2020, dependendo também da ‘performance’ das lojas nesta reta final do ano”.

Já num prazo de quatro a cinco anos, o objetivo da Salsa é que “a loja ‘online’ represente 40%-45% da faturação”: “Temos tudo para, no médio prazo, estarmos no grupo líder de operadores do omnicanal, que têm taxas de venda ‘online’ entre os 30% e os 35%”, sustenta, salientando que atual quota ‘online’ da marca já supera a média dos países onde tem mais representatividade (Portugal, onde a média é de 8%, e Espanha, onde se situa nos 15%).

Convicto de que a tomada do controlo total por parte da Sonae “veio trazer ainda mais força e vigor àquela que era a estratégia da Salsa, digital e internacionalmente”, o CEO salienta também “a estabilidade estratégica e solidez financeira que a Sonae trouxe”.

“Principalmente no momento que atravessamos atualmente e com o impacto que sentimos nos mercados onde nos encontramos”, acrescenta.

A Salsa tem hoje perto de uma centena de lojas próprias divididas por quatro países – 57 em Portugal, 29 em Espanha, oito em França e três no Luxemburgo – possuindo ainda mais de 20 lojas franchisadas na Eslovénia, Qatar, Arábia Saudita, Líbano, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Angola.

A marca está ainda representada em diversas ‘department stores’ (entre as quais 79 unidades do El Corte Inglés) e em clientes multimarca em mais de 20 países.

No que diz respeito à evolução da rede de lojas, a “instabilidade” decorrente da atual situação de pandemia colocou “em ‘stand by’ algumas aberturas previstas, mas não deverá obrigar a um redimensionamento: “Não temos em mente reduzir significativamente o número de lojas, até porque não temos uma capilaridade assim tão densa que nos obrigue a fazê-lo”, afirmou José António Ramos.

Apesar da “prioridade” dada ao canal digital e ao “crescimento enquanto marca omnicanal”, a Salsa diz acreditar que “as lojas são parte fundamental do processo” e afirma-se “cada vez mais atenta ao detalhe, arquitetura, funcionalidade e experiência” proporcionados aos clientes.

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