Santana Lopes para Rio: “Não gostei de ver tentarem condicionar-te mal foste eleito”

“Eu não caio nessa situação de dizer que aqueles que não foram [candidatos à liderança do PSD], alguns ou alguém, foi calculista. Não. Cada um sabe de si e Deus sabe de todos, como se costuma dizer. Mas nós os dois assumimos essa enorme responsabilidade. E por isso mesmo, julgo que terias feito o mesmo se o resultado tivesse sido outro. Eu não gostei de ver tentarem condicionar-te mal foste eleito e mesmo antes de tomares posse aqui neste congresso”, declarou Pedro Santana Lopes, esta noite, dirigindo-se a Rui Rio. “Tu ganhaste e tens todo o direito de executares a tua estratégia”, sublinhou.

O discurso de Santana Lopes no 37º Congresso Nacional do PSD, já depois da meia-noite, centrou-se na união interna e lealdade para com o novo líder. O antigo primeiro-ministro disse estar “disposto a ajudar o presidente do partido a ganhar as próximas eleições”, embora não deixando de reconhecer: “Não tenhamos dúvidas, não é fácil”. Por outro lado, Santana Lopes fez várias críticas aos que começaram a “tocar tambores” logo a seguir às eleições diretas, gerando um “clima de guerra” que considera ser “absolutamente irresponsável”. Nesse sentido, o candidato derrotado vincou: “A opção tinha de ser outra”.

“Eu não gosto do ‘chico-espertismo’, destas manobras a que já fiz alusão de tentarem condicionar um líder eleito. Ou de entrevistas em que se diz que, daqui a dois anos, logo veremos se há oportunidade seja para quem for. Já todos vimos isso, nas histórias dos momentos menos bons do partido. Este é um momento bom e tem que ser um momento alto. Agora, não quero deixar de dizer que muitos de nós, que vamos dar a unidade e a convergência que alguns dos que te apoiaram nestas diretas nunca deram ao líder anterior do partido”, realçou Santana Lopes, mais uma vez apelando ao “sentido de responsabilidade” e à coesão interna do partido.